Área ardida em 2023 na UE é duas vezes maior do que o Luxemburgo

Em 2023, a área ardida na União Europeia foi mais do que o “dobro da do Luxemburgo”. As alterações climáticas aumentam a frequência dos incêndios.

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Os incêndios florestais produziram cerca de 20 megatoneladas de emissões de CO2 Tiago Lopes/ARQUIVO
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A época de incêndios de 2023 foi das piores na União Europeia (UE), informa um relatório divulgado esta quarta-feira pela Comissão Europeia, com uma área ardida duas vezes superior à do Luxemburgo.

Em comunicado, o executivo comunitário anunciou que no ano passado arderam 504.002 hectares, "uma área que é o dobro da do Luxemburgo".

"O relatório dá conta de que os incêndios intensificaram-se durante o Verão de 2023, afectando maioritariamente a região do Mediterrâneo. A Grécia sofreu o maior incêndio ocorrido na Europa desde a década de 1980", acrescentou a Comissão.

Além disso, as alterações climáticas "estão a fazer com que os incêndios sejam cada vez mais frequentes" e a previsão é que a situação se agrave. "E vai piorar, de acordo com a previsão do relatório de Avaliação de Risco Climático Europeu, publicado em Março", acrescentou a Comissão Europeia, afirmando que os incêndios estão a cobrir áreas que no passado não eram consideradas.

Dados preliminares indicam que, nos primeiros três meses de 2024, duplicou o número de incêndios, ainda que com poucas consequências para as áreas prejudicadas.

De acordo com o relatório, os incêndios florestais produziram cerca de 20 megatoneladas de emissões de CO2, o equivalente a quase um terço das emissões da aviação internacional na UE num ano.

No relatório consta também que 37% da área ardida total em 2023 era vegetação caracterizada por longos períodos de seca, mais propícia a ser rapidamente consumida durante incêndios.

No documento é realçado que existem, no entanto, formas de prevenir estes incêndios florestais. A utilização de soluções baseadas na natureza, como a gestão da vegetação, de uma maior preparação através da utilização de sistemas de alerta precoce de incêndios florestais, bem como da disponibilidade de meios eficientes de combate a incêndios que são disponibilizados através do Mecanismo de Proteção Civil da UE (MPCU) e dos serviços de gestão de incêndios nos países da UE são alguns dos exemplos enumerados.