Tiago Mayan está “pronto para liderar uma candidatura à liderança do partido”

O co-fundador da Iniciativa Liberal está insatisfeito com o rumo do partido e propõe recuperar “as raízes”. O ex-candidato presidencial da IL afirma que estará pronto para suceder a Rui Rocha.

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A apresentação do manifesto, no Palácio do Governador, durou cerca de 15 minutos LUSA/MIGUEL A. LOPES
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Tiago Mayan Gonçalves está insatisfeito com o rumo que o partido que ajudou a fundar está a tomar e diz-se pronto para encabeçar uma candidatura à liderança, como avançou o PÚBLICO. A partir do Palácio do Governador, em Lisboa, a 1300 metros do Palácio de Belém (ao qual se candidatou nas presidenciais de 2021), Mayan Gonçalves deu a cara por "mais de 200 membros" da IL para desafiar o rumo de Rui Rocha, eleito até Janeiro de 2025, data para a qual está prevista a próxima convenção nacional electiva. E antes de concluir assumiu que estava "pronto para assumir as consequências" do manifesto​ que apresentou.

Para Mayan Gonçalves, os resultados eleitorais são o "sintoma mais visível" dos problemas "mais profundos" da Iniciativa Liberal e lamenta que o partido esteja incapaz de "agregar e reter valor". Falando num "grande ânimo" que vai desde "membros fundadores" a liberais "mais recentes", Mayan Gonçalves quis dar um pontapé de saída para desafiar a liderança de Rui Rocha, mas hesitou em assumir-se já como candidato (apesar da insistência dos jornalistas).

"Se estou aqui perante vocês, é porque eu estarei pronto para assumir todas as consequências do que está aqui manifestado", declarou. "Quando estiver no período eleitoral, estarei pronto para, se necessário e tendo a equipa para o fazer, estarei pronto para liderar uma candidatura à liderança", acrescentou no final da apresentação.

Perante uma sala com cerca de três dezenas de apoiantes, o liberal explicou que um dos objectivos de tornar público o manifesto "Unidos Pelo Liberalismo" é convidar todos os membros insatisfeitos com o partido a juntarem-se a si. "Somos um grupo aberto", declarou.

O grupo quer recuperar "a génese" e as raízes do partido. "É um manifesto de coragem, inovação e liberdade", afirmou. Segundo o liberal, o manifesto pretende recuperar "uma visão inspiradora", baseada "na liberdade, responsabilidade, na transparência e mérito".

"Preocupa-nos o estado actual do partido, mas não desistimos dele", afirmou. Garantindo que respeita o momento das eleições na Madeira e as eleições europeias (pelas quais o ex-líder João Cotrim de Figueiredo será cabeça de lista), Mayan Gonçalves insiste que "é necessária a mudança".

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Mayan explicou que o timing deste manifesto tem que ver com a convenção nacional estatutária, agendada para Julho. "É um momento em que nos queremos posicionar", disse. Para começar, Mayan quer refundar a estrutura do partido, através "das mudanças estatutárias e regulamentares necessárias" para aumentar a transparência, capacitar o conselho nacional, recuperar e reforçar a autonomia das estruturas locais, envolver a sociedade civil e "privilegiar o valor dos membros".

Mais quadros, coerência e respeito pela pluralidade

Com uma nova liderança, Mayan quer "recuperar o partido das ideias", envolvendo e trazendo "novos e antigos quadros para o partido, incluindo independentes". O liberal promete ainda "programas estruturados e coerentes", criar condições "para uma competição saudável" das ideias no partido, garantindo a inclusão da diferença de opinião.

Mayan quer apostar na comunicação do partido "sustentada no ideário liberal, em vez de ir a reboque do desenrolar dos acontecimentos" e "recuperar a marca e o tom da IL".

Por fim, embora apresente a ala da oposição, Mayan quer "unir o partido" e "aproveitar a força plena das suas capacidades". Propondo que doravante se "assuma as responsabilidades pelos resultados", o liberal quer "aplicar mecanismos que garantam transparência" nas decisões e nas contratações feitas pela IL e que se reforce "a competência, mérito e esforço" como critérios na selecção "dos representantes".

Questionado sobre se o reforço dos quadros do partido com ex-membros significava voltar a recuperar nomes como Carla Castro, Mayan disse não ter falado com a ex-deputada antes da apresentação, mas disse esperar "que ela se sinta de novo atraída a voltar ao partido". "Da minha parte, será bem-vinda", declarou.

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