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Na Minha Estante: Manel Rosa

O desafio era simples: diz-nos o que andas a ler, que livro marcou a tua vida ou que autor compras sem hesitar. Estas são as escolhas de Manel Rosa, humorista

Qual o livro que estás a ler ou o último que leste?
O último livro que eu li foi Um Quarto Só Seu, de Virginia Woolf. Tenho mais do que uma edição deste livro. Roubei um em casa da minha avó e depois descobri que a minha mãe tinha uma edição diferente em casa.

Um livro que recomendas a toda a gente...
Um livro que recomendo a toda a gente é o Até Amanhã, Camaradas, de Manuel Tiago. Fala da vida antes do 25 de Abril, de como era um partido ter de se organizar na clandestinidade e de todas as atrocidades cometidas pela PIDE e por aquele regime fascista.

Qual o teu género de livros favorito?
Acho que por pertencer a uma geração que consome conteúdo assim muito rápido, gosto mais de livros que sejam mais curtos ou que tenham pequenas histórias, pequenos contos. Gosto muito, por exemplo, do Contos Exemplares, de Sophia de Mello Breyner Andresen. Outro que é um dos meus livros preferidos é Os Passos em Volta, de Herberto Helder. Tem pequenas histórias e eu gosto muito dele.

Um livro que te fez dormir...
Um livro que me fez dormir foi o Memorial do Convento, de José Saramago. Nada contra o Saramago, gosto muito dele, mas colocar miúdos do 12º ano a levar com o Memorial do Convento, quando há livros tão mais interessantes.... escolham outro.

Uma biografia que recomendas?
Trevor Noah, Sou um Crime. É um comediante sul-africano, que agora está a trabalhar nos Estados Unidos. O livro fala sobre ter nascido mestiço, filho de pai branco e mãe negra, na África do Sul. Tem algum humor, vale a pena.

Qual teu autor português favorito?
O meu autor português favorito é Herberto Helder, mas para não repetir vou dizer Eugénio de Andrade, que é um dos meus poetas preferidos. Gosto muito da maneira como se relaciona com a natureza e como tem um novo olhar sobre coisas para as quais eu nunca olharia. Uma expressão dele que me ficou sempre na cabeça: ''Tropeçar na luz do dia". Essa relação que ele acaba por ter com coisas que não são físicas interessa-me bastante.

O livro que releste mais vezes...
Vou ser sincero, não tenho o hábito de reler livros, mas trouxe Cartas a Um Jovem Poeta, de Rainer Maria Rilke. É um pequeno manual para a vida de um artista e de qualquer pessoa. Ensina a chegar a sítios nossos que se calhar não chegaríamos de outra forma sem a ajuda deste livro. Trouxe um extra, um livro que gosto: Um Amor de Swann, Marcel Proust. Calhou lê-lo na faculdade, gostei muito, fala de uma maneira muito pormenorizada de emoções que toda a gente já sentiu e é engraçado que um livro com mais de um século consiga ser tão actual nas emoções que retrata.

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