O penúltimo pós-moderno (John Barth, 1930-2024)

Embora estivesse à beira dos 94 anos e pertencesse a um segmento demográfico de improvável longevidade, Barth estava já há algum tempo em contra-relógio.

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John Barth morreu, tendo vencido a grande batalha das mortes públicas da melhor maneira que ela pode ser vencida: o seu obituário no New York Times veio assinado por alguém que morrera em 2010. Não é uma ocorrência incomum no jornalismo, onde as certidões de óbito costumam ser preparadas seguindo calendários de razoabilidade estatística, enquanto ainda há contemporâneos para prestar depoimentos. Embora estivesse à beira dos 94 anos e pertencesse a um segmento demográfico de improvável longevidade (nascer na América durante a Grande Depressão e escrever calhamaços de muitas páginas é uma combinação de circunstâncias que faz claramente bem à saúde), Barth estava já há algum tempo em contra-relógio.

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