Nós, a Europa e a guerra

Já não basta deixar que os ucranianos morram por nós ou esperar que os Estados Unidos garantam a nossa paz. A União Europeia, se possível com o Reino Unido, tem de ser capaz de dissuadir Putin.

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O previsível aconteceu nas eleições legislativas portuguesas: um partido nacionalista, xenófobo, anti-imigrantes, elegeu 50 deputados. Portugal já não é uma exceção. Melhor, já não existem exceções – nem nos países que chegaram à democracia pela via de uma rutura revolucionária, como Portugal, nem nos que chegaram através de uma transição pactuada, como a Espanha ou o Brasil, nem em velhas democracias, como os Estados Unidos ou a França. É nessa vaga autocrática mundial que se inscreve Putin e a sua guerra imperialista, e é o mesmo nacionalismo identitário que alimenta a ofensiva de Netanyahu. Em comum, partilham a desumanização de ucranianos e palestinos, o recurso à barbárie da guerra.

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