Pedro Martínez contrariou Casper Ruud e a lógica no Estoril Open
Tenista espanhol eliminou campeão de 2023 e vai defrontar polaco Hubert Hurkacz na final.
O espanhol Pedro Martínez surpreendeu o norueguês Casper Ruud, batendo o campeão de 2023 e oitavo tenista mundial numa maratona de três sets para avançar para a final do Estoril Open. No domingo (15h30), o mais cotado torneio português inscreverá um novo nome no palmarés. Ruud chegou a Portugal como número 8 do mundo e primeiro cabeça de série da prova.
Ao longo dos últimos dias, tinha imposto o seu favoritismo com naturalidade, realidade traduzida pelo facto de não ter sofrido nenhum break até à meia-final. Algo que mudou logo no terceiro jogo de serviço do norueguês, com Pedro Martínez a sair por cima.
O número 77 do ranking ATP colocava o norueguês em sentido. E ganhava um bálsamo de confiança suficiente para lhe permitir manter o andamento e triunfar no primeiro parcial, por 6-4.
Casper Ruud ia precisar de elevar o nível, mas o primeiro break surgiu apenas ao oitavo jogo de serviço do segundo set, colocando o marcador em 5-3. Só que este contratempo não foi suficiente para inverter totalmente o rumo da partida: o espanhol, de 26 anos, ainda anulou dois set points ao norueguês e forçou-o a ceder um jogo de serviço, antes de sofrer novo break e cair no segundo set (4-6).
A lógica parecia ter voltado a imperar, mas a irregularidade de Ruud abriu as portas do triunfo a Martínez. Logo no segundo jogo de serviço do norueguês, o espanhol recuperou de 15-40 para ganhar o ponto e chegar à vantagem de 2-1, aproveitando o momento para fechar o seu jogo de serviço em branco de seguida.
O vencedor da edição de 2023 apresentava algumas queixas físicas e chegou mesmo a pedir assistência médica. Registou-se uma paragem, Ruud regressou dos balneários mais concentrado, anulou um match point a 5-1, obteve um break para 5-3, ainda reduziu a diferença, mas caiu mesmo, após três horas de jogo: 6-4.
No final, Pedro Martínez deixou elogios ao adversário, reconheceu algum nervosismo na parte final e confessou que foi determinante manter-se concentrado em momentos-chave. Agora, espera-o outro top 10 na final, Hubert Hurkacz.
“São dois jogadores incríveis. Vou ter que dar tudo”, assinalou.
Hurkacz mais sólido
Num “court” central repleto para assistir à primeira meia-final da jornada, o segundo cabeça de série do torneio, Hurkacz, precisou de três sets, concluídos com os parciais de 6-3, 3-6 e 6-3, para eliminar o chileno Cristián Garín e estrear-se numa final disputada em terra batida.
Hurkacz, de 27 anos, entrou melhor em jogo e, graças a um break logo no segundo jogo, ganhou vantagem no marcador e ganhou ascendente sobre o adversário, que ainda dispôs de dois pontos de break no sétimo jogo e salvou dois set points, mas não foi capaz de inverter o rumo do parcial.
Na segunda partida, Garín reagiu da melhor forma, tornou-se mais agressivo e, conseguindo deslocar mais o seu adversário, conseguiu uma única quebra de serviço no segundo jogo, o suficiente para igualar o primeiro duelo entre ambos.
Subindo à rede sempre que possível e jogando mais dentro do “court”, o discreto polaco entrou mais forte no parcial decisivo e, apesar de ter permitido a recuperação do sul-americano, quando deteve uma vantagem de 5-1, carimbou o triunfo ao fim de uma hora e 59 minutos.
Contrariando a estatística desta temporada de 26 tie-breaks em 26 encontros, Hubert Hurkacz conseguiu garantir a vitória em três sets sem ser obrigado a jogar um tie-break.