Leverkusen prepara festa do título alemão, com os cumprimentos do Heidenheim
Estreante na Bundesliga derrubou o Bayern Munique, com uma reviravolta improvável. Bayer cada vez mais próximo de se sagrar campeão.
O Bayer Leverkusen pode preparar o render da guarda na Bundesliga, cerimónia agendada para o próximo domingo, dia 14, na recepção ao Werder Bremen, que deverá coroar o novo campeão alemão.
Resignado está, depois de mais uma derrota - a segunda consecutiva - o hendecampeão Bayern Munique, já a 16 pontos do líder da Liga alemã, quando faltam disputar seis jornadas.
Os “farmacêuticos” cumpriram os mínimos na deslocação à capital, vencendo o Union Berlin por 0-1, numa ronda em que tiveram direito a bónus. Ao final da tarde, a notícia da reviravolta (3-2) do estreante FC Heidenheim precipitava os cálculos das contas do título.
A perder por 0-2 ao intervalo, o eclético emblema da pequena localidade de 20 mil habitantes que empresta o nome ao clube (Heidenheim an der Brenz) escreveu mais uma página numa história feita de cisões e fusões marcadas por duas guerras mundiais até assumir a actual identidade, que resulta da reunião, em 1972, do TSB e do VfL, originando o Heidenheimer SB, que em 2007 passou a FC Heidenheim 1846.
A ascensão à elite de um clube que se reinventou para sobreviver à perseguição nazi surgiu após um trajecto de afirmação nos campeonatos regionais, que não pode ser dissociada do treinador Frank Schmidt, antigo defesa de 50 anos que orienta a equipa desde 2007-08, logo após ter encerrado a carreira no Heidenheimer SB.
Neste sábado, o agora décimo classificado da Bundesliga quebrou um ciclo de três derrotas e três empates e colocou o laço na “saladeira” que o Bayer Leverkusen se prepara para receber no museu. Um título inédito para a formação orientada pelo espanhol Xabi Alonso, uma fortaleza inexpugnável que bate recordes de invencibilidade, bem expressos num trajecto invejável: conquista iminente do campeonato, presença nos quartos-de-final da Liga Europa e finalista da Taça da Alemanha, frente ao Kaiserslautern. Perante este registo, a “oferenda” enviada pelo Heindenheim pode até parecer um contributo modesto, que oferece o extra de o Bayer Leverkusen poder preparar a festa em casa.
Uma luta que nem sequer diz respeito ao FC Heidenheim e à equipa que fez história ao bater o poderoso Bayern Munique. Especialmente pela forma como operou a reviravolta, depois de Harry Kane (38’) e Serge Gnabry (45’) terem vincado o desejo de protelar até ao limite a passagem de testemunho.
Com três estrangeiros no plantel - um jovem natural da Gâmbia mas formado no clube, um médio norte--americano e um avançado austríaco -, o FC Heindenheim desautorizou os bávaros com dois golos num minuto (Kevin Sessa e Tim Kleindienst), praticamente a abrir a segunda parte. Kleindienst bisou (79’) e o Bayern, que ainda lançou Raphaël Guerreiro (84’), não conseguiu evitar o desfecho que confirmou a inevitabilidade de acabar a temporada a defender o segundo lugar, ameaçado pelo Estugarda, que, com 60 pontos, partilha a vice-liderança da prova.