“Não tenho verdades e não acho que a literatura deva fazer proselitismo de nenhum tipo”

João Paulo Borges Coelho junta quatro novelas no seu novo livro, em que recupera memórias, suas e do campo que está a desaparecer. “Descida” à província em rebelião contra o apagamento do passado.

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"Sendo Moçambique um país, como no resto de África, em que se nasce muito e se morre muito e muito cedo, a memória social ou colectiva é muito frágil", afirma, em entrevista, João Paulo Borges Coelho
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O avô era de Murça, a avó descendente de famílias muito antigas do Ibo, no norte de Moçambique (ainda lhe corre sangue mauriciano nas veias), mas João Paulo Borges Coelho cresceu na Beira, onde foi aluno e vizinho de Zeca Afonso, e nem o facto de ter vivido a maior parte da sua vida em Maputo faz dele menos beirense: “Diz-se que um beirense nunca deixa de ser beirense.” Podemos dizer que é dessa perspectiva particular, formada numa cidade “com tanto de reaccionário como de rebeldia”, e enformada pela visão do historiador, que nasce o novo livro do escritor moçambicano, prémio Leya em 2009 com O Olho de Hertzog.

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