Carla Mouro, uma veterana na juventude, uma novata na igualdade
Cumpriu três mandatos no Conselho Nacional da Juventude e estava à frente da Fundação da Juventude.
Quem olha para a nota curricular de Carla Mouro, nova secretária de Estado Adjunta e da Igualdade, encontra uma abundante ligação às questões da juventude, mas nada específico sobre igualdade em função da ascendência, do género, da língua, do território de origem, da cor da pele, da religião, das convicções políticas ou ideológicas, da instrução, da situação económica, da condição social ou da orientação sexual.
Natural da freguesia dos Montes da Senhora, concelho de Proença-a-Nova, distrito de Castelo Branco, Carla da Cruz Mouro conta 46 anos e já foi atleta de alta competição na modalidade de atletismo. Licenciada em Relações Internacionais pela Universidade Lusófona, concluiu um programa de Liderança na Inovação no MIT.
Foi enquanto estudante universitária que Carla Moura iniciou a sua longa ligação aos assuntos da Juventude. Através do Clube Português de Artes e Ideias, entrou no Conselho Nacional da Juventude, plataforma que representa organizações juvenis de vários tipos.
Em 2002, foi eleita presidente daquela estrutura, tornando-se a primeira mulher a ocupar esse cargo. Completou três mandatos na presidência do Conselho Nacional da Juventude (2002-2007). Isso serviu de trampolim para a presidência do Fórum da Juventude da CPLP (2004-2008).
Na nota que a nova secretária de Estado apresenta no seu perfil do LinkedIn, há uma referência a um papel de consultora das Nações Unidas. Nesse âmbito “trabalhou na promoção de projectos e políticas de juventude de impacto nacional e internacional”.
Entre 2008 e 2016, Carla Mouro integrou a equipa de assessores do então Presidente da República Aníbal Cavaco Silva. Nessas funções, dedicava-se a matérias que envolviam as temáticas de juventude e desporto.
Em 2017, passou aos órgãos sociais da Fundação da Juventude, uma organização sem fins lucrativos dedicada à capacitação dos jovens para a vida activa e profissional. Era presidente executiva desde 2018.
Ficará na alçada do novo Ministério da Juventude e Modernização liderado por Margarida Balseiro Lopes. O executivo liderado por Luís Montenegro deixou cair a pasta das migrações, que ficou sem qualquer secretaria de Estado na nova orgânica de Governo.
No último Dia Internacional das Mulheres, publicou no LinkedIn uma mensagem de comemoração da “força transformadora das mulheres”. “Celebramos as suas conquistas”, escreveu. “Lembremos também o tanto que há ainda para fazer”, prosseguiu, recuperando os números de mulheres mortas, as denúncias de violência doméstica, mas também a disparidade salarial entre mulheres e homens. “Há ainda tanto a fazer. Pelas jovens mulheres, pelas raparigas, pelas que fazem parte de gerações mais velhas.”