Governo completo. Negociações com professores com calendário na próxima semana, polícias “este mês”
Governo completo. Ministra da Administração Interna quer reunir-se com polícias este mês, mas não se compromete com folga orçamental. Cerimónia contou com Montenegro e todos os novos ministros.
Meia hora bastou para que 41 secretárias e secretários de Estado tomassem posse no Palácio Nacional da Ajuda, em Lisboa. Sem discursos nem recados, mas com alguns retoques nas designações, como os que passaram a ser também adjuntos, outros com o nome das pastas alargados. E, desta vez, com comentários (embora raros), à entrada, de ministros empossados há três dias e já com promessas de trabalho nas respectivas áreas, já que são pastas com caderno de encargos pesado.
A ministra da Administração Interna, Margarida Blasco, admitiu não ser fácil, mas acredita que, "com trabalho e boa vontade de todos", Governo e representantes das forças e serviços de segurança vão "alcançar um porto muito seguro para todos" sobre a reivindicação do suplemento de missão. Em declarações aos jornalistas, a ministra não quis revelar datas para as negociações, e, como Luís Montenegro também nunca se comprometeu com calendário para o pagamento do subsídio, quando questionada sobre se há folga orçamental, a nova ministra empurrou o assunto: "Isso tem de perguntar ao ministro das Finanças..." E deu a volta às insistências: "Estamos cá e aceitámos o desafio exactamente para trabalharmos e conseguirmos chegar a uma solução de consenso."
Quem também não voltou as costas às perguntas foi o novo super-ministro da Educação, que disse querer abrir as negociações com os professores rapidamente e prometeu "novidades" na próxima semana. Fernando Alexandre, a quem é criticada a pouca experiência na área, sobretudo por concentrar o ensino obrigatório e o superior e a pasta da Inovação, chamou a si a pasta das universidades, dispensando um secretário de Estado para isso.
O ministro defendeu o reforço da autonomia das universidades, para que estas tenham uma "forte articulação com as economias regionais, promovendo a coesão e o desenvolvimento do país", e acrescentou que o Governo deve ter uma atitude de "entidade reguladora que garanta os recursos, mas que as instituições, no exercício da sua autonomia, possam cumprir a sua missão".
No final da cerimónia, o Presidente da República veio desvalorizar a espera de três horas da noite de quinta-feira, em que Luís Montenegro lhe levou a lista dos secretários de Estado, mas haveria uns "quatro ou cinco" de quem faltava o sim definitivo ao convite. "Houve secretários de Estado que só deram resposta mais tarde. Não é fácil compor um governo em sigilo e com tanta diversidade", desculpou Marcelo, que garantiu não ter havido "nenhuma objecção" a nomes – nem agora nem de ministros. "Aceitei-os imediatamente", vincou.
Pedro Pinto, do Chega, criticou o tamanho "muito exagerado" do executivo, comparando-o aos socialistas, mas logo a seguir pediu que "a AD fale com quem realmente quer governar e tem propostas para o país", em vez de dizer que pretende dialogar com todos, incluindo Bloco e PCP, que nem sequer foram à tomada de posse. "Não querem falar com este Governo, não temos que andar atrás deles; nunca nos poderemos sentar à mesa com PCP e BE, que estão fora deste espectro democrático."
João Torres, que representou o PS na cerimónia, formulou "votos de bom trabalho e boa sorte no exercício de funções" e recusou comentar nomes, argumentando que os socialistas olham "para o conjunto do Governo" e que não tiveram ainda "resposta da AD sobre como pretende assegurar a estabilidade política do país".
E o centrista Paulo Núncio deixou rasgados elogios aos "políticos experientes e quadros qualificados da academia" que compõem o executivo, salientando, além do presidente do CDS-PP, Nuno Melo, ministro da Defesa, "dois dos melhores quadros" do partido que assumem secretarias de Estado – Telmo Correia (Administração Interna) e Álvaro Castello-Branco (Adjunto e da Defesa Nacional) – em "áreas fundamentais da soberania e nas quis o partido tem longa tradição".
Título da notícia corrigido às 23h40: ministro da Educação prometeu novidades sobre negociações com professores para a próxima semana e não já reuniões.