Bancos voltam a cortar nos juros dos novos depósitos para 2,81%

Trata-se do segundo mês consecutivo de corte na remuneração. Montante aplicado diminuiu 2040 milhões de euros em relação a Janeiro.

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Rentabilidade dos novos depósitos está em queda Ricardo Lopes
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A taxa de juro média dos novos depósitos está em queda desde o início do ano, situando-se em 2,81% em Fevereiro, valor que representa uma descida de 0,27 pontos percentuais face ao máximo atingido no ano passado, de 3,08% (Dezembro), de acordo com os últimos dados divulgados pelo Banco de Portugal. O montante de novos depósitos também caiu.

Em Janeiro, a taxa média já se tinha situado abaixo dos 3%, mais concretamente em 2,9%, interrompendo uma subida de 15 meses, em que passou de 0,5% (Setembro de 2022) para o máximo de 3,08%, no final do ano passado. Em Fevereiro de 2023, o valor ainda estava em 0,65%.

A descida na remuneração da poupança dos particulares acontece numa altura em que se antecipa um corte de taxas de juro do Banco Central Europeu (BCE), um movimento já antecipado, embora de forma gradual, no custo do dinheiro no mercado monetário, onde diariamente se fixam as taxas Euribor, utilizadas directamente no crédito à habitação e de referência para outras operações.

De acordo com os dados divulgados esta sexta-feira pelo Banco de Portugal (BdP), a queda da taxa de juro verificou-se em todas as classes de prazo.

Assim, a taxa de juro média dos novos depósitos com prazo até um ano diminuiu 0,1 pontos percentuais, para 2,82% (3,1% em Dezembro de 2023). “Apesar da redução, esta continua a ser a classe de prazo com a remuneração média mais elevada e representou 97% dos novos depósitos em Fevereiro”, destaca o regulador.

Nos depósitos mais longos, mais concretamente entre um e dois anos, a taxa de juro média diminuiu 0,26 pontos percentuais, para 2,39%, enquanto a remuneração média dos novos depósitos a mais de dois anos decresceu de 2,12% para 2,06%.

“A evolução da taxa de juro média dos novos depósitos foi semelhante para o conjunto dos países da área do euro (de 3,20% para 3,17%)”, refere o supervisor, acrescentando que, “apesar da redução observada na remuneração média dos novos depósitos, Portugal manteve a sua posição no conjunto de países da área do euro”, que é o sétimo lugar no grupo dos Estados em que a banca comercial menos remunera as poupanças dos particulares.

No movimento de subida da rentabilidade dos depósitos iniciado em 2022, que em Portugal começou apenas em Outubro, a taxa de juro dos depósitos dos bancos a operar em território nacional nunca superou a taxa média da zona euro.

O montante dos novos depósitos caiu em 2040 milhões de euros por comparação a Janeiro, para 7548 milhões de euros em Fevereiro, ficando, no entanto, acima dos 3901 milhões de euros verificados no mesmo mês do ano passado. Nessa altura, verificava-se em Portugal uma forte procura por Certificados de Aforro, que viram a taxa de remuneração substancialmente cortada poucos meses depois, mais concretamente em Junho do ano passado, o que levou a uma quebra substancial das subscrições nos meses seguintes.

Quanto ao de stock total, os depósitos de particulares aumentaram em Fevereiro face ao mesmo mês de 2023, com uma evolução positiva de 2%.

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