Miguel Carvalho vence prémio de jornalismo Vicente Jorge Silva com investigação sobre o Chega e a polícia

O jornalista venceu o prémio atribuído pela Imprensa Nacional – Casa da Moeda, com menções honrosas para Ana Tulha, Pedro Alexandre Correia e Inês Rocha.

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A reportagem de Miguel Carvalho é para o júri "um trabalho de investigação sério e rigoroso" Clube de Jornalistas
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“A retórica securitária de André Ventura e a eleição como deputado, em 2019, levaram dezenas de profissionais da GNR e da PSP, no activo, a aderir ao Chega. Mas a filiação partidária é-lhes vedada por lei, e alguns arriscam crimes, ao promoverem o racismo, a xenofobia e o ódio nas redes sociais.” São as primeiras linhas da reportagem de investigação “O braço armado do Chega”, assinada pelo jornalista Miguel Carvalho, na altura grande repórter da revista Visão, e que venceu esta terça-feira a terceira edição do Prémio Jornalismo de Excelência Vicente Jorge Silva.

Centrada na relação das forças policiais portuguesas com o partido de André Ventura, a publicação da investigação data de Novembro de 2022, e é agora premiada por constituir um trabalho de investigação sério e rigoroso, exemplarmente bem estruturado, com uma actualidade e pertinência prementes e um lado precursor inequívoco, disse o júri. Este não é o primeiro prémio arrecadado pelo jornalista do Porto, que, num percurso iniciado no Diário de Notícias e n’O Independente, ​recebeu já o Prémio Orlando Gonçalves (Jornalismo), em 2008 e 2020, o Grande Prémio Gazeta, do Clube dos Jornalistas (2009), e o Prémio Gazeta de Imprensa (2022). Desde 2020, explora em vários artigos o tema do crescimento da influência da extrema-direita em Portugal. É também autor de sete livros.

É inequívoco o contributo cultural e social que o jornalismo presta à sociedade, algo que pretendemos valorizar com este prémio, que nos permite também homenagear uma figura incontornável do jornalismo em Portugal e reconhecer o legado que nos deixou a todos como cidadãos, comunicou o conselho de administração da Imprensa Nacional da Casa da Moeda (INCM), que atribui o prémio em parceria com o Clube de Jornalistas e presta homenagem ao jornalista Vicente Jorge Silva. O valor do prémio são cinco mil euros.

O júri do prémio é presidido por Nicolau Santos, presidente do conselho de administração da RTP, e conta também com David Pontes, director do PÚBLICO, João Vieira Pereira, director do Expresso, Francisco Belard, vice-presidente do Clube de Jornalistas, e Luísa Meireles, directora de informação da agência Lusa. Deixaram ainda duas menções honrosas, uma para o trabalho Pegada Digital”, conjunto de artigos da jornalista Inês Rocha na Rádio Renascença (actualmente jornalista do PÚBLICO), sobre incumprimento digital do Regulamento Geral de Protecção de Dados​​, e outra para Ana Tulha e Pedro Alexandre Correia​, da revista Magazine, por Quando a velhice é um quarto escuro”, sobre maus tratos a idosos.

Texto editado por Pedro Sales Dias

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