Direcção executiva do SNS quer alargar urgências pediátricas referenciadas
DE-SNS diz que a experiência de urgência referenciada do primeiro trimestre teve um “impacto positivo nos utentes, famílias e equipas de profissionais” e “deverá ser alargada a outras instituições”.
O esquema de funcionamento das urgências pediátricas nocturnas no Hospital Amadora/Sintra, que apenas aceita crianças encaminhadas pelo INEM ou pelo SNS24, vai ser alargado a outras unidades, anunciou a Direcção Executiva do Serviço Nacional de Saúde (DE-SNS) numa deliberação publicada nesta terça-feira.
Na nota que acompanha o mapa de funcionamento das urgências pediátricas, cujo esquema a DE-SNS decidiu manter até final de Abril, a Direcção Executiva diz que a experiência de urgência referenciada realizada no primeiro trimestre teve um “impacto positivo nos utentes, famílias e equipas de profissionais” e “deverá ser alargada a outras instituições do SNS”.
No documento, a DE-SNS aponta ainda a necessidade de manter “os princípios de concentração de recursos” e o “reforço do trabalho em rede”, destacando a avaliação positiva do projecto de reorientação de doentes com doença aguda não urgente que decorre na Unidade Local de Saúde (ULS) Póvoa do Varzim/ Vila do Conde e que foi alargada às ULS Gaia/ Espinho e Entre Douro e Vouga.
Este projecto pretendia retirar das urgências os casos que não são considerados urgentes (pulseiras verdes e azuis), agendando consultas para estes utentes nas 24 seguintes ao contacto com o serviço SNS24.
Na área da pediatria, o mapa definido pela DE-SNS mantém 29 das 37 urgências pediátricas a funcionar de forma ininterrupta, sete com períodos de pausa e uma a funcionar com períodos de referenciação (Amadora/ Sintra).
O mapa, que mantém pelo menos até final de Abril o esquema definido para o 1.º trimestre do ano, indica que, na região Norte, 11 urgências pediátricas funcionarão de forma ininterrupta e na região Centro estarão sempre abertas seis urgências pediátricas e duas terão períodos de pausa (ULS Dão-Lafões, que fecha ao fim de semana, e ULS Leiria, que encerra ao fim de semana de 15 em 15 dias).
Em Lisboa e Vale do Tejo serão oito as urgências pediátricas sempre abertas, uma funcionará apenas com referenciação numa parte do dia (Amadora/ Sintra, à noite) e cinco estarão fechadas nalguns períodos, devido à falta de médicos.
As cinco mais afectadas pela falta de profissionais de saúde em Lisboa e Vale do Tejo são a ULS Loures, que encerra à noite durante a semana e às sextas-feiras, sábados e domingos, as ULS Lisboa Ocidental e Almada-Seixal, que fecham sempre à noite, ULS Arco Ribeirinho (Barreiro), que encerra em semanas alternadas, e a ULS Arrábida (Setúbal), que estará fechada em semanas alternadas entre quinta-feira e domingo.
No Alentejo estarão sempre abertas três urgências pediátricas e no Algarve pelo menos um dos pólos de urgência (Faro/Portimão) estará sempre aberto.
Para assegurar a previsibilidade e segurança do funcionamento das urgências pediátricas, são definidas medidas em vários planos, desde o desenvolvimento de campanhas para incentivar o uso da linha SNS24 à criação de “novos protocolos e algoritmos de decisão” desta linha de atendimento.
Nas urgências pediátricas, a DE-SNS volta a chamar a atenção para a necessidade de fixar especialistas e internos de pediatria, desenvolver projectos para equipas dedicadas, nomeadamente através de Centros de Responsabilidade Integrados (CRI), e optimizar o transporte inter-hospitalar.
A Direcção Executiva não deixa de notar ainda a necessidade de respostas “que não sejam fixas, mas que variem com a procura e a sazonalidade das patologias, com maior impacto no período de inverno”.
Na área dos Cuidados de Saúde Primários (CSP), sublinha a importância de as equipas de saúde familiar terem capacidade para atendimentos não programados, no âmbito da doença aguda de recém-nascidos, crianças e adolescentes, através do reforço de recursos e da organização de cuidados.
Quanto ao Instituto Nacional de Emergência Médica, a DE-SNS insiste na necessidade de aumentar a literacia no uso do 112, integrando as alterações na rede nos algoritmos de activação dos meios do INEM para melhorar a resposta para os casos urgentes/ emergentes.
No caso das consultas hospitalares para doença aguda, aponta a necessidade de medidas para reforçar a resposta em ambulatório para as agudizações dos doentes crónicos.