Operação Influencer: Costa pediu para ser ouvido “com a maior celeridade” pela justiça

Requerimento foi entregue na terça-feira.

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António Costa Daniel Rocha
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O antigo primeiro-ministro António Costa anunciou na terça-feira que deu instruções ao seu advogado para apresentar um requerimento que lhe permita ser ouvido “com a maior celeridade” pela justiça para “esclarecer qualquer dúvida” e qualquer suspeita.

“Constituí advogado e dei instruções ao advogado para hoje mesmo apresentar um requerimento junto do senhor coordenador do Ministério Público no Supremo Tribunal de Justiça, para que com a maior celeridade possível possam proceder à minha audição, para se esclarecer qualquer dúvida que tenham sobre a suspeita que tenham. Não há nada pior do que haver uma suspeita e ela não ser esclarecida”, disse António Costa à saída da tomada de posse do Governo de Luís Montenegro.

Manifestando-se “totalmente disponível para colaborar com a justiça”, o agora ex-primeiro-ministro reiterou que, tal como disse quando apresentou a sua demissão, “quem está sujeito a uma suspeição pública” como aquela que existia sobre ele “deve preservar as instituições”.

António Costa tinha sido questionado pelos jornalistas sobre se ainda esperava servir Portugal, começando por responder que estava "muito grato aos portugueses" por lhe terem permitido fazer serviço ao país "durante tantos anos", uma missão pela qual está muito agradecido.

"Quero agradecer a todos aqueles que colaboraram comigo no Governo, quero agradecer muito à minha família, em particular à minha mulher, todo o apoio que me deu agora estes anos como primeiro-ministro, antes como ministro, como presidente de câmara, como secretário de Estado. Já são muitos anos, que me têm honrado muito e estou muito satisfeito", agradeceu.

O antigo chefe do executivo assegurou estar "sempre disponível para poder servir Portugal", mas considerou ser "tempo também de que as suspeitas se esclareçam, porque não há nada pior do que haver suspeitas".

"Nós servimos sempre Portugal a partir da Europa porque Portugal é na Europa", respondeu, quando questionado sobre se estava disponível para um cargo europeu, escusando-se a responder a mais questões e desejando "boa tarde e muitas felicidades a todas e a todos também".

A legislatura anterior foi interrompida na sequência da demissão do primeiro-ministro, António Costa (PS), após ter sido tornado público que era alvo de um inquérito judicial instaurado pelo Ministério Público no Supremo Tribunal de Justiça a partir da designada Operação Influencer.

Esse processo judicial está relacionado com a produção de energia a partir de hidrogénio em Sines, Setúbal, e com o projecto de construção de um centro de dados (Data Center) na zona industrial e logística de Sines pela Start Campus.

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, aceitou de imediato a demissão do primeiro-ministro e dois dias depois anunciou ao país a dissolução do Parlamento e a convocação de eleições, que se realizaram no dia 10 de Março, dando a maioria ao PSD/CDS-PP/PPM.