Ucrânia baixa idade de recrutamento de 27 para 25 anos

Volodymyr Zelensky não fez anúncio público sobre a medida, que foi divulgada no site do Parlamento.

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Soldados ucranianos perto de Kharkiv (Carcóvia) RICARDO MORAES/Reuters,RICARDO MORAES/Reuters
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Memorial em Kiev a soldados ucranianos mortos na guerra Thomas Peter/Reuters
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O Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, assinou nesta terça-feira um projecto de lei que reduz a idade de mobilização para o serviço de combate de 27 para 25 anos, uma medida que deverá ajudar a Ucrânia a ter mais poder de combate na sua guerra com a Rússia.

O projecto de lei estava em cima da mesa de Zelensky desde que foi aprovado pelo Parlamento em Maio de 2023 e não foi claro o que o levou a assiná-lo agora. Há meses que o Parlamento tem vindo a discutir um outro projecto de lei mais alargado sobre as regras de recrutamento.

A medida aumenta o número de civis que o Exército pode mobilizar para as suas fileiras no âmbito da lei marcial, que está em vigor desde que a Rússia lançou a sua invasão em Fevereiro de 2022.

As forças ucranianas estão em desvantagem no campo de batalha, enfrentando uma escassez de munições devido ao bloqueio do financiamento dos EUA, durante meses, pelos republicanos no Congresso, e ao facto de a União Europeia não ter conseguido entregar as munições prometidas a tempo.

A assinatura da lei não foi imediatamente anunciada pelo gabinete do Presidente. O Parlamento limitou-se a actualizar a entrada relativa ao projecto de lei no seu site, passando a ler-se: “Devolvido com a assinatura do Presidente da Ucrânia.”

Zelensky disse no Inverno passado que só assinaria o projecto de lei se lhe fosse apresentado um argumento suficientemente forte sobre a necessidade de o fazer.

O líder ucraniano afirmou em Dezembro que o então comandante das Forças Armadas tinha proposto a mobilização de mais 500 mil ucranianos para as Forças Armadas, algo que, segundo ele, tinha sido pedido pelo então comandante das forças armadas.

Desde então, a Ucrânia mudou a chefia das Forças Armadas e o novo responsável, Oleksandr Pavliuk​, disse na semana passada que o número já não estava actualizado e que tinha sido “significativamente reduzido” após uma revisão dos recursos.

Zelensky assinou um segundo projecto de lei que exige que os homens dispensados do serviço militar por deficiência sejam submetidos a uma nova avaliação médica.

Um terceiro projecto de lei que também assinou visava a criação de uma base de dados online das pessoas elegíveis para o serviço militar. Estes dois projectos de lei poderão ajudar as Forças Armadas a recrutar mais combatentes.

Um projecto de lei anterior que previa uma série de medidas rigorosas foi abandonado na sequência de um protesto público.

Zelensky avisou que a Rússia pode planear outra ofensiva no final desta Primavera ou no Verão, e as forças de Kiev têm vindo a intensificar os seus esforços para construir fortificações defensivas ao longo de uma extensa linha da frente.

Passado o choque inicial da invasão, a Ucrânia viu-se confrontada com uma redução significativa do fluxo de combatentes voluntários e foram registados numerosos casos de fuga ao recrutamento.