Inflação na zona euro abranda mais do que o esperado, para 2,4%

Maioria dos países ainda tem inflação acima da meta dos 2%. Banco Central Europeu reúne-se na próxima semana com taxas de juro na agenda.

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Nelson Garrido (Arquivo)
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A taxa de inflação, medida pelo Índice Harmonizado de Preços no Consumidor (IHPC), nos 20 países da moeda única baixou de 2,6% em Fevereiro para 2,4% em Março, uma descida mais acentuada do que era esperado, segundo a estimativa rápida hoje divulgada pelo Eurostat. Em Portugal, o mesmo indicador terá ficado em 2,3%.

Economistas consultados pela agência Bloomberg esperavam uma descida ligeiramente menor, para 2,5%. Também a inflação subjacente, que retira das contas os produtos mais voláteis (energia e alimentos frescos), desceu mais do que o esperado, fixando-se nos 3,1% (3,3% em Fevereiro).

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O resultado mantém vivas as expectativas de um alívio na política monetária mais restritiva do Banco Central Europeu, que tem mantido as taxas de juro a um nível elevado para tentar arrefecer a economia e, dessa forma, contrariar o aumento generalizado de preços.

A presidente do BCE já admitiu um corte nas taxas de juro no Verão, mas tem apontado para os dados de Abril e Maio como os mais relevantes para cimentar a confiança de que a inflação está controlada e mantém uma rota descendente rumo ao objectivo dos 2%, bem longe do pico, de 10,6%, que este indicador registou em Outubro de 2022.

O conselho de governadores do BCE, responsável pela política monetária, reúne-se na quinta-feira da próxima semana (11 de Abril), em Frankfurt.

A maioria dos países que partilham o euro ainda tem um IHPC acima dos 2%. Temia-se que a Páscoa baixa, ainda em Março, poderia puxar a inflação para cima, devido aos preços crescentes dos pacotes de férias e de viagens, mas tal acabou por não acontecer, segundo estes dados provisórios, apesar de ser precisamente o sector dos serviços aquele em que este indicador continua mais elevado, devido à pressão salarial.

"Olhando para as principais componentes da inflação na zona euro, a variação homóloga mais elevada é esperada nos serviços (+4%, estável face a Fevereiro), seguida da dos alimentos, álcool e tabaco (2,7%, face a 3,9% em Fevereiro), bens industriais não energéticos (1,1%, face a 1,6% em Fevereiro) e energia (-1,8%, que compara com -3,7% no mês anterior)."

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