Inundação causa estragos no edifício da Associação Académica de Coimbra

Sistema de escoamento entupido fez com que água descesse escadas do edifício, que já tem velhos problemas. Extensão dos danos ainda está por apurar.

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Há anos que edifício da AAC tem problemas identificados. CARLA CARVALHO TOMAS / PUBLICO
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Na madrugada de domingo, uma conjugação de vento, chuva e problemas de escoamento fez com que o edifício da Associação Académica de Coimbra (AAC) fosse invadido por água, que desceu pelas escadas do prédio, provocando inundações e obrigando ao corte de energia.

Os danos ainda não estão contabilizados, mas há várias secções da casa afectadas, diz ao PÚBLICO o presidente da direcção-geral da AAC, Renato Daniel. O dirigente explica que o vento, a acumulação de folhas no sistema de escoamento do telhado e a chuva que caiu naquela noite levaram a água a escorrer para o interior do edifício.

Os Bombeiros Sapadores de Coimbra foram chamados ao local e, “de forma preventiva, por questões de segurança”, foi desligado o quadro eléctrico, conta. A quebra de energia levou à suspensão da emissão da Rádio Universidade de Coimbra (RUC), que está alojada no mesmo prédio, desde as 2h42 de domingo.

Já na manhã desta segunda-feira, o quadro foi ligado e a emissão da RUC voltou ao ar. Segundo o presidente da rádio, Gonçalo Pina, não houve danos materiais a registar.

O mesmo não aconteceu com outras secções da casa. Renato Daniel explica que as próprias instalações da direcção foram afectadas, assim como os serviços de contabilidade. Num balanço que está ainda a ser feito, regista que também a Secção Filatélica teve danos.

A inundação de domingo não está relacionada com o estado precário do edifício, sublinha a reitoria da Universidade de Coimbra (UC), em resposta ao PÚBLICO, por e-email. Acrescenta que, para “para minimizar o risco de nova ocorrência irão ser reforçados os mecanismos de manutenção e limpeza, em articulação com a direcção da AAC”.

O edifício, que tem mais de 60 anos e integra o conjunto classificado como património da humanidade pela UNESCO, nunca teve obras de fundo. A questão regressa à superfície de cada vez que há problemas na sede da AAC ou no complexo de edifícios do mesmo quarteirão.

Mais recentemente, houve obras para travar infiltrações no edifício, refere Renato Daniel, que aguarda por uma intervenção nas instalações eléctricas. A UC menciona que há dois processos em curso: “um relativo a obras mais urgentes, em fase de projecto e licenciamento; o outro processo diz respeito a uma intervenção mais global, de requalificação e recuperação de todo o complexo edificado e jardins, cujo projecto se espera que inicie em breve”.

No entanto, a reitoria não estabelece datas. Em Fevereiro de 2023, quando caiu uma pala de betão nas Cantinas Azuis, a UC anunciou que estava a elaborar um “plano geral de manutenção dos edifícios”, embora o documento ainda não tenha visto a luz do dia. Agora, a universidade refere que está “em desenvolvimento”, mas realça que já foi realizada uma “inspecção estrutural ao edifício da AAC”.

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