O Babel Music XP a pensar-se como manifesto musical antipopulismo
Marselha recebeu a nova versão do antigo Babel Med, aplicando a natureza multicultural da cidade a uma programação em que a relação com a tradição pode acontecer em ritmo de festa explosiva.
Os olhos costumam estar ocupados a mirar o palco. Mas se descerem na direcção do chão da Salle des Sucres, onde decorrem os concertos para um público mais numeroso nas noites do Babel Music XP, em Marselha, conseguem distinguir os vestígios de carris. São marcas da vida anterior do espaço Dock des Suds, onde os concertos se sucedem sem pausas entre as 20h00 e a madrugada, com ligeiras sobreposições, e que traçam os caminhos que por aqui faziam os vagões carregados de açúcar (daí o nome da sala) chegado ao porto de Marselha por mar, armazenado no local e depois distribuído pelo resto da Europa. De alguma forma, é esse também o desejo deste festival com vocação de feira de música – a partir de Marselha, desta cidade portuária aberta ao Mediterrâneo que é lugar de chegada para diferentes culturas, lançar a música para o mundo (em particular, para o continente europeu).
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