Para Cabrita Reis, o museu é o lugar da reflexão sobre o que ainda não somos

Pedro Cabrita Reis abre a sua primeira individual na Galeria Albarrán-Bourdais, em Madrid.

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João Ferrand
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“A 10 de Março (de 2020) soube que o país ia fechar daí a dias. A 12, peguei nas minhas tintas, nos cães e, com a minha mulher, fui para a casa de campo. Nessa altura, pintei quase 200 quadros. Fiquei lá o tempo todo em que o país esteve em confinamento. Íamos comer às tabernas da serra… Foi basicamente só esse ano. Não estive isolado durante os dois anos. E depois continuei a pintar.” Estamos no atelier de Pedro Cabrita Reis em Lisboa, e o artista, que recebeu o Ípsilon, relata o processo de construção das pinturas e objectos que vimos na semana anterior na sua galeria de Madrid. Antes de chegarmos ao espaço onde o artista nos espera, passámos por um piso inferior onde quadros se dispunham encostados à parede. Todos mostravam uma silhueta de figura humana, mais ou menos definida; num deles, distinguia-se até o tema das Três Graças, que recentemente foi trabalhado por Cabrita Reis em escultura para o Jardim das Tulherias em Paris. As paisagens que pintou na serra algarvia deram lugar a outra coisa.

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