Governo peruano criticou buscas na residência da Presidente

Polícia arrombou a porta da casa de Dina Boluarte para verificar uma colecção de relógios de luxo, num caso de suspeita de enriquecimento ilícito.

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Dina Boluarte rejeita as acusações de corrupção Reuters/Carlos Barria
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O Governo peruano criticou a operação de buscas lançada à residência da Presidente Dina Boluarte, considerando-as “desproporcional e inconstitucional”, no âmbito de investigações ao alegado enriquecimento ilícito e a uma falha na declaração de posse de relógios de luxo.

A polícia entrou à força na casa de Boluarte na sexta-feira à noite, segundo imagens televisivas, aparentemente depois de ter pedido, sem sucesso, que a porta fosse aberta para proceder às buscas.

A casa de Boluarte localiza-se no bairro de Surquillo, em Lima, a poucos quilómetros do palácio governamental onde fica a presidência.

Cerca de 20 funcionários do Ministério Público e 20 agentes policiais organizaram buscas na residência de Boluarte e, este sábado de manhã, no palácio presidencial, disse o ministro da Justiça, Eduardo Arana. Boluarte não fez qualquer comentário.

“Funcionários do palácio forneceram tudo o que foi necessário para as diligências pedidas”, informou a presidência na rede social X, dizendo que a operação decorreu “de forma normal e sem qualquer incidente”.

Porém, o primeiro-ministro Gustavo Adrianzen criticou as operações. “O ruído político que se tem ouvido é grave, afecta os investimentos e afecta todo o país”, escreveu no X. “O que aconteceu nas últimas horas foram acções desproporcionais e inconstitucionais”, acrescentou.

Adrianzen disse que a Presidente estava na sua residência no interior do palácio governamental e que iria depor junto do gabinete do MP assim que fosse convocada. Também garantiu que nenhum membro do Executivo se pretende demitir.

Há cerca de duas semanas, os procuradores iniciaram procedimentos preliminares na sequência de notícias do programa online La Encerrona que davam conta de uma colecção de relógios Rolex da Presidente. A investigação pretendia averiguar se havia indícios para que fosse aberto um inquérito formal.

No início do mês, Boluarte afirmou que chegou ao cargo com as mãos limpas e que iria abandoná-lo da mesma forma.

O MP tentou, sem sucesso, conduzir uma operação para verificar a colecção de relógios no gabinete de Boluarte, mas os seus advogados alegaram problemas de agenda e pediram uma nova data.

Nos últimos anos, o Peru tem sido agitado por vários escândalos de corrupção a envolverem os escalões mais elevados da política nacional, tendo levado a várias destituições presidenciais.