Se contra o último foi tão difícil, contra o primeiro…
Cabeça de João Neves evitou o descalabro dos “encarnados” frente ao último classificado do campeonato.
Duas semanas depois, o Benfica voltou a disputar um jogo para o campeonato. Mas a paragem motivada pelos compromissos das selecções nacionais não trouxe nada de novo aos “encarnados”. O futebol do Benfica continua a ser desgarrado, desinspirado (ou melhor, dependente da inspiração individual de algum dos seus jogadores) e sem ponta de espectacularidade. E se contra o Desportivo de Chaves, último da classificação, foi preciso esperar pela segunda parte para as “águias” vencerem por um magro 1-0, (depois de terem desperdiçado três penáltis) na próxima semana, contra o Sporting, primeiro da tabela, vai ser preciso esperar por um milagre para os benfiquistas festejarem um desfecho semelhante.
Em teoria, era impossível os campeões nacionais escolherem um opositor mais adequado para este seu regresso à I Liga. O Desp. Chaves era o último, estava 45 pontos atrás dos “encarnados” na tabela e não ganhava há quatro jogos na prova. Aliás, nunca tinha derrotado o Benfica na Luz.
Para este embate Roger Schmidt mudou apenas três jogadores comparativamente com a equipa que fez alinhar no último jogo antes da pausa para as selecções: saiu António Silva (a cumprir castigo), João Mário e Marcos Leonardo e fez entrar Tomás Araújo, Neres e Arthur Cabral.
Mas o Benfica desta temporada é um doente que não deixa de estar ligado à máquina por mais sangue novo que lhe seja injectado nas veias e, por isso, também não foram estas alterações que trouxeram nada de novo à equipa de Roger Schmidt.
O Desp. Chaves colocou todos os seus jogadores a defender, deixando apenas Hector um pouco mais na frente, mas tinha uma estratégia muito solidária. Encostados à linha de grande área, não davam a profundidade na faixa central que o Benfica queria e gosta, “anulando” dessa forma Rafa e Arthur Cabral. E como este Benfica não gosta de flanquear o jogo…
Os lances de perigo junto da baliza de Hugo foram surgindo a “conta-gotas”, mas quase só a partir de lances de bola parada, fossem livres (como logo aos 3’, de Di María), fossem penáltis (21’ desperdiçado por Di María), fossem cantos (cabeceamento ao lado de Florentino, 39’).
Na segunda parte a partida manteve a mesma cara, até ao momento em que Junior Pius tocou em Di María, lance que o árbitro primeiro assinalou fora da área flaviense mas que, após ter sido chamado a analisar pelo VAR, transformou em penálti. Chamado a converter Arthur Cabral permitiu a defesa de Hugo.
E quando o Estádio da Luz se preparava para entrar em desespero, o VAR indica ao árbitro que um jogador do Desp. Chaves tinha entrado na área antes da conversão do castigo máximo. Penálti repetido, mas Arthur Cabral voltou a permitir a defesa de Hugo.
Estava montado o cenário para o descalabro. Que só não aconteceu porque, logo de seguida a este duplo falhanço e em mais um lance de bola parada, João Neves, um dos poucos benfiquistas com “cabeça” em campo, desviou para a baliza e desfez o empate.
Se a jogar em casa e contra o último da tabela, o Benfica sofreu tanto para vencer, o que esperar para a semana, contra o Sporting, primeiro da classificação, no Estádio José Alvalade?