O dia em que o Parlamento se afundou e se redimiu
A grande notícia deste encontro entre AD e PS está no reconhecimento de uma inevitabilidade: a luta pela democracia ou pela decência parlamentar não dispensam um nem outro.
No espaço de apenas um dia, a nova Assembleia da República deu de si uma terrível imagem de tribalismo e intransigência e revelou uma boa capacidade de interpretar a sua nova representação com um acordo notável entre os principais partidos. Entre um momento e o outro, aconteceu o que é natural acontecer: a aprendizagem através de erros próprios e a constatação que o sistema político e partidário mudou tanto que as suas entrelinhas já não se preenchem apenas com as formas convencionais do ser poder e oposição. Entre o ruído, o cinismo, a mentira e a manipulação, a cegueira e a irresponsabilidade do primeiro momento e a sensatez e o espírito do compromisso do segundo, sobram uma constatação e uma esperança: há uma linha mesmo intransponível entre os partidos do arco democrático e o que o quer destruir; e o reconhecimento dessa linha divisora deixa no ar a sensação de que o caos político é evitável.
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