Aguiar-Branco quer ser “gerador de consensos” para levar legislatura até ao fim
O recém-eleito presidente da Assembleia da República promete não fazer discriminações “positivas ou negativas em relação a qualquer grupo parlamentar” ou deputado.
O presidente da Assembleia da República, Aguiar-Branco, propôs-se esta quarta-feira ser um "gerador de consensos" para dar resposta aos problemas e anseios dos portugueses e levar a legislatura até ao fim.
"Não antecipo nem ansiedades, nem preocupações, nem problemas", afirmou José Pedro Aguiar-Branco, eleito esta quarta-feira presidente do parlamento, à quarta tentativa, para um mandato de dois anos, que será depois passado ao Partido Socialista.
Em entrevista à SIC-Notícias, Aguiar-Branco lembrou que o parlamento tem nesta legislatura uma geometria inabitual, com mais partidos, o que obriga à procura de consensos para corresponder às expectativas dos portugueses.
O novo presidente da Assembleia da República prometeu exercer o seu mandato num "registo de lealdade, rigor e equidistância" entre os deputados, sem discriminações "positivas ou negativas em relação a qualquer grupo parlamentar", alegando a necessidade de um "gerador de consensos".
Recusando fazer qualquer avaliação do passado, ou a falar em nome do seu partido (PSD), Aguiar-Branco considerou que, num parlamento de geometria diferente da habitual, "é normal" que exerça o seu mandato de forma diversificada.
Quanto às várias tentativas até conseguir ser eleito, admitiu que teria sido "melhor que não tivesse acontecido", embora considerando que "está reposta a autoridade democrática".
"Antecipo um mandato que é condicionado por esta assembleia, que tem esta geometria, mas quando me candidatei sabia que ela existia", disse, defendendo mais uma vez que a Assembleia precisa de consensos para que os problemas dos portugueses possam ser resolvidos.
Em resumo do que propõe para o seu mandato, citou o social-democrata portuense Miguel Veiga: "Cuidar da democracia para que ela não se parta."
Para Aguiar-Branco, "o interesse nacional é uma legislatura de quatro anos". "Fomos eleitos para quatro anos, a expectativa do povo português é que seja possível governar quatro anos."