Dona da F1 perto de comprar MotoGP
Empresa está disposta a oferecer quatro mil milhões de euros. Quase 20 anos depois, Liberty Media pode juntar Fórmula 1 e MotoGP sob o mesmo proprietário.
A Liberty Media, empresa que detém os direitos comerciais da Fórmula 1, está perto de adquirir o MotoGP. A informação foi avançada esta quarta-feira pelo Financial Times, falando-se de uma oferta a rondar os quatro mil milhões de euros. Actualmente, a Dorna Sports controla esta competição de desporto motorizado, mas o negócio – supostamente a aguardar já a definição dos detalhes finais – pode ficar já fechado na próxima semana.
A confirmar-se esta aquisição, MotoGP e Fórmula 1 voltam a ter o mesmo proprietário, situação que não é inédita na história das duas competições. Até 2006, o fundo de investimento luxemburguês CVC Capital Partners controlou as duas principais modalidades do desporto motorizado, mas viu-se obrigada a vender a prova de motos pelas autoridades europeias. Dez anos depois, em 2016, foi a vez de passar o controlo da Fórmula 1 à Liberty Media, actual proprietária.
A Liberty Media tem capitalizado o sucesso crescente da Fórmula 1 – justificado, em parte, pelo lançamento da série Drive to Survive da Netflix. A captação de novos amantes do desporto e o crescente alargamento do calendário de provas impulsionou as receitas e os lucros, permitindo à Liberty Media olhar agora para o mundo das motos e ter folga financeira para esta proposta avultada.
A Dorna é composta por dois grandes accionistas. A Bridgepoint possui 40% do capital, adquirido por 550 milhões de euros em 2006, seguindo-se a Canada Pension Plan Investment, que adquiriu 39% da participação da primeira em 2012. Em 2022, a Dorna Sports registou um prejuízo de 7,8 milhões de euros, escreve o site especializado Motosport.
Apesar de ser dada agora como a provável vencedora nesta luta pelo MotoGP, a Libery Media teve de ultrapassar dois adversários de peso. Tal como escreve o Financial Times, o grupo de desporto e entretenimento TKO foi um dos que fez ofertas pela competição. Também a Qatar Sports Investments, grupo que controla o clube francês Paris Saint-Germain (PSG), demonstrou interesse neste negócio.