Aprende a ouvir, companheiro, porque “nadar” já sabemos
Num livro e numa série de oito encontros públicos discute-se o papel da música popular no processo que levou ao derrube da ditadura em Portugal em 1974.
Foi em Abril de 1971, três anos antes do outro, que num estúdio de Paris Sérgio Godinho gravou uma canção com a mais curta de todas as letras que escreveria ao longo da vida. Chamou-lhe Maré alta e, embalada numa atmosfera rock, tinha apenas estes versos: “Aprende a nadar, companheiro/ Que a maré se vai levantar/ Que a liberdade está a passar por aqui/ Maré alta.” A liberdade de que ele falava era a das suas experiências, musicais e teatrais, que desde a sua saída de Portugal em 1965 (contra a guerra colonial e a ditadura de Salazar, depois continuada por Marcello Caetano) viriam a passar por cinco países: Suíça, Países Baixos, França, Brasil e Canadá. Porém, vista à distância, essa letra parecia premonitória da liberdade reconquistada em 1974.
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