Líder do PS Madeira revela que Marcelo avança com eleições antecipadas
Paulo Cafofo e dirigentes dos outros partidos foram ouvidos pelo Chefe de Estado. O socialista revelou que o presidente marcará eleições antecipadas a 26 de Maio.
Paulo Cafofo, líder do PS-Madeira, revelou nesta quarta-feira, após uma audiência com o Presidente da República, que Marcelo Rebelo de Sousa lhe manifestou a intenção de que vai marcar eleições antecipadas na Madeira e que terão lugar a 26 de Maio.
"Nós, neste campo, estamos de acordo e em sintonia com o senhor Presidente da República, seja nas razões, seja nas decisões. E o senhor Presidente da República transmitiu-nos a sua intenção de dissolver a Assembleia Regional e de convocar eleições para o dia 26 de Maio. E, portanto, saímos daqui satisfeitos", afirmou Cafofo.
A maioria dos partidos ouvidos pelo Presidente pediu a realização de eleições antecipadas. PSD e CDS, que formam o actual Governo madeirense estão contra. À saída da audiência com Marcelo, Miguel Albuquerque, líder do PSD e do Governo, disse “não ter medo” de eleições, mas voltou a afirmar que o actual Governo tinha condições para continuar em funções. Albuquerque afirmou mais uma vez que, se se realizarem eleições antecipadas, ele será o cabeça-de-lista pelo PSD.
“No actual quadro, nós transmitimos ao senhor Presidente da República a nossa posição. A primeira é dizer que neste momento há um quadro de estabilidade parlamentar na Madeira e que permite a continuação do governo”, afirmou Miguel Albuquerque, sublinhando que as eleições regionais ocorreram em Setembro de 2023 e que “foi ratificada essa confiança nas eleições legislativas nacionais” de 10 de Março.
Questionado sobre a sua situação de arguido, Miguel Albuquerque defendeu que esse estatuto deve ser “um benefício para quem é investigado” e que quem estiver nessa posição “não tem de se demitir dos cargos políticos”.
Marcelo Rebelo de Sousa está a ouvir os partidos com representação no parlamento regional da Madeira e ainda nesta terça-feira vai ouvir o Conselho de Estado depois de o Presidente da República ter recuperado, no início da semana, o poder de dissolver a Assembleia Legislativa da Madeira, uma vez que já decorreram seis meses desde as eleições regionais de 24 de Setembro, que a coligação PSD/CDS-PP venceu sem maioria absoluta.
O Governo Regional da Madeira está em gestão desde o início de Fevereiro, depois de o presidente do executivo, o social-democrata Miguel Albuquerque, ter pedido a demissão do cargo após ter sido constituído arguido no âmbito de um processo em que são investigadas suspeitas de corrupção no arquipélago.
Na sequência da exoneração de Miguel Albuquerque, formalmente aceite em 5 de Fevereiro e que levou à queda do executivo PSD/CDS-PP, o representante da República, Ireneu Barreto, anunciou que iria manter o Governo da Madeira em gestão até o chefe de Estado decidir se dissolve a Assembleia Legislativa. Com Lusa.