Novos bombardeamentos russos sobre Kiev atingem dois prédios

Embaixadora dos EUA diz que foram usados mísseis hipersónicos. A Rússia tem intensificado os ataques aéreos sobre o território ucraniano.

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Edifício no centro de Kiev atingido por míssil russo Reuters/Valentyn Ogirenko
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A Rússia lançou um novo ataque com mísseis, que terão sido lançados da Crimeia, sobre Kiev na manhã desta segunda-feira, atingindo pelo menos dois prédios no centro da cidade. Foram detectadas pelo menos quatro explosões por volta das 10h30 (menos duas horas em Portugal continental) e era possível ver uma coluna de fumo na zona leste da capital ucraniana.

A administração militar de Kiev disse que um prédio não-residencial de vários andares foi atingido no bairro de Pechersk, no centro de Kiev. Há relatos de que outro edifício residencial foi atingido por projécteis.

Os serviços de protecção civil emitiram alertas de ataque aéreo para que os habitantes de Kiev procurassem protecção. O presidente da Câmara de Kiev, Vitali Klitschko, disse que cinco pessoas ficaram feridas, mas apenas duas tiveram de ser hospitalizadas.

A embaixadora norte-americana na Ucrânia, Bridget Brink, revelou que a Rússia usou mísseis hipersónicos para atacar a capital. “Nos últimos cinco dias, a Rússia lançou centenas de mísseis e drones contra um país soberano”, afirmou Brink. A velocidade dos mísseis hipersónicos, muito acima da velocidade do som, impediu que os alarmes antiaéreos fossem activados antes da chegada dos mísseis, ou que estes fossem abatidos durante o seu voo de 600 quilómetros da Crimeia para Kiev, explica o correspondente do El País na capital ucraniana.

O Ministro dos Negócios Estrangeiros ucraniano apelou aos aliados internacionais para que forneçam mais armamento para reforçar as defesas aéreas ao seu país. "Não há atrocidades que os russos não cometam, incluindo uma tentativa de ataque balístico no coração de uma cidade com milhares de pessoas", disse o ministro Dmytro Kuleba, na rede social X. "Este facto recorda-nos que a Ucrânia necessita urgentemente de mais defesa aérea, em particular de sistemas Patriot e de mísseis capazes de repelir qualquer ataque russo", disse ainda.

Moscovo tem intensificado os bombardeamentos sobre o território ucraniano nos últimos dias e segundo vários analisas, o atentado que Moscovo sofreu na passada sexta-feira pode ser usado como justificação por Vladimir Putin para reforçar as investidas na Ucrânia.