A Sagrada Família de Gaudí estará concluída (ou quase) em 2026

Novas previsões apontam que afinal o ex-líbris de Barcelona, em obras há 142 anos, estará finalizado no ano do centenário do arquitecto espanhol. Mas há trabalhos que se irão prolongar até 2034.

Foto
Basílica Sagrada Família, em Barcelona ENRIC VIVES-RUBIO
Ouça este artigo
00:00
02:23

Exclusivo Gostaria de Ouvir? Assine já

Depois de em Setembro de 2023 ter sido anunciado que a basílica Sagrada Família, em Barcelona, não estaria concluída em 2026 devido à pandemia de covid-19, voltou-se agora às previsões iniciais.

Segundo a Junta Construtora da Sagrada Família, fundação canónica privada, sem fins lucrativos, que tem como missão a construção, conservação e restauro do edifício projectado por Antoni Gaudí, o templo estará pronto em 2026, ano do centenário da morte do arquitecto espanhol, figura-chave do modernismo catalão.

Segundo o jornal inglês The Guardian, Esteve Camps, presidente da fundação, afirmou na semana passada que afinal haveria dinheiro e materiais para terminar este ex-líbris de Barcelona, inclusive a torre central de 172,5 metros.

Apesar desta conjectura, prevê-se que se prolonguem até 2034 os trabalhos em algumas esculturas, pormenores decorativos e, sobretudo, na controversa escadaria que conduzirá à entrada principal.

Quando as obras arrancaram, em 1882, a área em questão era um vasto terreno agrícola. Nos anos que se seguiram, a cidade foi crescendo à volta da basílica inacabada de Gaudí. A concretizar-se, a tal escadaria implicaria a demolição de dois quarteirões da cidade catalã, levando ao desalojamento de 1000 famílias e empresas.

Embora alguns estudiosos de Antoni Gaudí o contestem, Esteve Camps insiste que a escadaria sempre fez parte da vontade do arquitecto. “Estamos a seguir à risca o plano de Gaudí”, afirma. “Somos os seus herdeiros e não podemos renunciar ao seu projecto. O plano apresentado às autoridades locais em 1915, assinado por Gaudí, inclui a escadaria”. O dirigente da Junta Construtora da Sagrada Família acrescentou que estão em conversações com o presidente da Câmara de Barcelona, Jaume Collboni, já que a autarquia tem a última palavra.

Segundo a Junta Construtora da Sagrada Família, desde o início que a construção do edifício é assegurada graças “a donativos e contribuições de milhares de pessoas”. Há décadas que o turismo tem garantido um fluxo de rendimentos constantes: de acordo com o The Guardian, cerca de 5 milhões de visitantes por ano pagam entre 25 e 40 euros por entrada, mas “pouco mais de metade dos 125 milhões” dos bilhetes destina-se à conclusão das obras. “A forma como o resto é gasto continua a ser um mistério, uma vez que a Igreja não é obrigada a publicar as suas contas”, refere o jornal inglês.

Sugerir correcção
Comentar