The Musical Box estão de volta para festejar Selling England By The Pound dos Genesis
Quase 20 anos após a sua estreia em Portugal, a mais célebre banda de tributo aos Genesis, os canadianos The Musical Box, actuam este domingo na Aula Magna, em Lisboa, às 19h.
O pretexto é o 50.º aniversário de um dos álbuns mais aclamados dos britânicos Genesis, Selling England By The Pound, editado originalmente em 1973. E é isso que traz a Portugal os canadianos The Musical Box, a mais célebre banda de tributo à herança dos Genesis do tempo de Peter Gabriel. A sua estreia em Portugal data de 2005, quando aqui recriaram em palco o histórico espectáculo The Lamb Lies Down on Broadway, que os Genesis originais, ainda com Gabriel, apresentaram no Pavilhão de Cascais a 6 e 7 de Março de 1975.
Essa primeira apresentação dos The Musical Box ocorreu na Aula Magna da Universidade de Lisboa (com lotação esgotada), no dia 4 de Maio de 2005, há quase 20 anos. Depois disso, o grupo que tem o aval dos Genesis originais para recriar ao vivo os seus espectáculo e canções, voltou a actuar em Portugal, regressando a essa mesma sala várias vezes.
Foi na Aula Magna que apresentaram em 2017 The Black Show / Selling England By The Pound e em 2018 A Genesis Extravaganza, viagem original ao universo dos Genesis de Peter Gabriel. Curiosamente, no ano em que se completa meio século sobre a edição de The Lamb Lies Down on Broadway (1974), o espectáculo que traz The Musical Box de novo à Aula Magna, este domingo, às 19h, centra-se em Selling England By The Pound, que fez 50 anos em 2023.
Se a formação do grupo se mantiver a mesma que nos tem visitado (e no seu site não existe qualquer indicação nesse sentido), em lugar dos Genesis originais (Peter Gabriel, Tony Banks, Phil Collins, Steve Hackett e Michael Rutherford) estarão em palco Denis Gagné (no “papel” de Peter Gabriel), François Gagnon (nas guitarras), Sébastien Lamothe (baixo), Martin Levac (bateria e percussões) e Éric Savard (teclas e guitarra acústica de 12 cordas).
Recorde-se que os Genesis originais apadrinharam desde o início este projecto, ajudando-os em tudo, quer na recriação dos ambientes visuais e sonoros (instrumentos, cenários e guarda-roupa são réplicas rigorosas dos originais), quer no ajuste das capacidades de cada músico à forma de tocar e cantar dos Genesis de Peter Gabriel, que já se lhes juntou em palco, tal com o fizeram, noutras ocasiões, Phil Collins e Steve Hackett. E todos terão sido efusivos na classificação da banda.
Gabriel terá dito, ao vê-los (a frase, já com uns anos, é recordada pelos promotores do espectáculo): “The Musical Box, devo dizer, recriaram os Genesis de forma muito precisa. Fui vê-los a Bristol, com os meus filhos para que pudessem ver o que o pai fazia nesses tempos.” O guitarrista Steve Hackett, por sua vez, comentou: “Não consigo imaginar melhor. Eles não só conseguem ter o som, mas também o aspecto realmente idêntico. É como se nada fosse demasiado difícil para eles.” E Phil Collins ter-se-á mostrado igualmente rendido ao grupo: “Eles não são uma banda de tributo, eles apanharam um período e reproduzem-no fielmente, como se estivessem a fazer uma produção teatral.”
É essa representação teatral, servida por meios técnicos de que nem os Genesis dispuseram na sua estreia em Portugal, que volta a marcar encontro com o público português. Em 2005, na crítica à estreia portuguesa dos The Musical Box, escreveu-se no PÚBLICO: “A vantagem, aqui, é a da recomposição cuidadosa, não só de cópias fiéis de cenários, guarda-roupa e instrumentos (há um paralelo com a música clássica, na interpretação de obras ao vivo com instrumentos de época de modo a reconstituir o som original) como ainda de novas tecnologias de luzes e som que, não alterando as coordenadas originais, permitem defini-las com muito maior fidelidade.” E a finalizar, elogiando o trabalho do grupo: “A magia original esteve lá, a música também e os Genesis saíram a ganhar: deste seu elixir da eterna juventude nasceram cinco clones que triunfaram por mérito – The Musical Box.”