Google anuncia medidas para combater desinformação nas eleições europeias

A empresa vai financiar organizações europeias de pesquisa e verificação de factos para combater a desinformação e promover a literacia mediática.

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A empresa quer promover literacia mediática e mais informação isenta Reuters/DADO RUVIC
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A Google quer garantir que a sua rede de anúncios, os sites que destaca e os conteúdos que apresenta não são usados para espalhar noticias falsas. Foi sob esta ideia que a empresa anunciou esta quinta-feira (21) em Bruxelas, na cimeira Fighting Misinformation Online, um conjunto de medidas que quer implementar para “proteger a integridade” do período eleitoral.

A Google vai doar 1,5 milhões de euros à recém-criada Rede Europeia de Normas de Verificação de Factos (EFCSN), que está a desenvolver uma base de dados, chamada Elections24Check, que reúne e categoriza informações verificadas por países e cidadãos europeus antes das eleições europeias de 2024.

O site conta já com vários artigos relacionados com as eleições. Além da verificação de informação partilhada online, há conteúdos de prebunking. O conceito consiste em explicar o que não é verdade em relação a um determinado assunto, de forma a que o leitor consiga reconhecer as notícias falsas por si próprio. A Google explica que lançou uma campanha de prebunking para “promover a desinformação, incluindo a descontextualização, a utilização de bodes expiatórios e o descrédito através de pequenos anúncios em vídeo nas redes sociais”.

A empresa também vai doar um milhão de dólares (quase um milhão de euros) à Think Young, um think tank belga que conduz estudos, grupos focais e análises de dados sobre jovens, bem como financiar uma série de vídeos e formações para jornalistas publicados no YouTube (empresa do grupo Google) e promovidos pela agência noticiosa AFP.

A criação de uma hub sobre as eleições no Google Trends é outra medida que quer informar quem pesquisa pelas europeias: através desta ferramenta, é possível ver os temas mais procurados no momento e “gráficos em tempo real que proporcionam uma visão geral de como os partidos, candidatos e temas políticos surgem na Pesquisa”.

Google promete empenho

Em Fevereiro, a Google já tinha anunciado o seu compromisso com as eleições europeias, revelando um conjunto de medidas como “detalhes de votação na pesquisa” ou “informação fidedigna [destacada] no YouTube”.

Ao longo dos anos, a empresa tem sido criticada por lucrar com anúncios introduzidos nas páginas que propagam notícias falsas e desinformação. Por exemplo, a ProPublica, uma organização de jornalismo de investigação, estudou a forma como a Google publicava, na altura da pandemia covid-19, anúncios de marcas que propagavam, nomeadamente, informação sobre o movimento antivacinas, entre outras informações falsas.

Neste contexto, no comunicado sobre as eleições europeias, a Google promete empenhar-se “em reduzir a ameaça da desinformação e a promover informação fidedigna”, e pretende “colaborar com Governos, com a indústria e com a sociedade civil para atingir este objectivo”, num ano em que “cerca de 400 milhões de cidadãos irão votar”.

Texto editado por Karla Pequenino

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