Já foram mortas mais de 13 mil crianças em Gaza, diz ONU

A Unicef alerta ainda que muitos bebés e jovens estão gravemente subnutridos. Desde Outubro, já morreram à fome e à sede 27 crianças na Faixa de Gaza.

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Crianças palestinianas tentam receber comida em Rafah Reuters/Mohammed Salem
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A agência das Nações Unidas para os direitos das crianças (Unicef) confirmou este fim-de-semana que em cinco meses foram mortos pelo menos 13 mil menores na Faixa de Gaza, vítimas das ofensivas militares israelitas, que o Estado judaico justifica como retaliação pelos ataques do Hamas a 7 de Outubro. A Unicef alerta ainda que muitas crianças estão gravemente subnutridas.

"Outros milhares ficaram feridos ou estão desaparecidos. Podem estar presos debaixo dos escombros. Não vimos esta taxa de mortalidade infantil em quase nenhum outro conflito no mundo", afirmou a directora da Unicef, Catherine Russell, em entrevista à CBS News.

Entre 7 de Outubro e 18 de Março, segundo as Nações Unidas, que citam números do Governo de Gaza, foram mortas 31.726 pessoas no enclave palestiniano, incluindo pelo menos 13 mil crianças. Estima-se que estejam desaparecidas mais de 7000 pessoas. A ONU dá ainda conta de 27 crianças mortas de fome e sede até esta segunda-feira.

"Estive em enfermarias de crianças que sofriam de anemia e desnutrição graves e em que o silêncio era absoluto. Porque as crianças, os bebés, não tinham sequer energia para chorar", relatou Catherine Russell, referindo os "enormes obstáculos burocráticos" à entrada de camiões de ajuda humanitária em Gaza, sob controlo israelita.

Israel tem sido alvo de uma crescente pressão internacional devido ao número de vítimas civis em território palestiniano, à situação de fome em Gaza e aos alegados bloqueios da entrega de ajuda à população.

Uma em cada três crianças com menos de dois anos no Norte da Faixa de Gaza está hoje gravemente subnutrida e a fome é uma realidade iminente, alertou no último sábado a agência da ONU para os refugiados palestinianos.