Islândia. Vulcão que entrou em erupção no sábado continua a expelir “fontes de lava”
Barreiras artificiais têm conseguido desviar a lava de várias infra-estruturas, incluindo da central geotérmica de Svartsengi e de Grindavik, uma vila piscatória com cerca de quatro mil habitantes.
O vulcão islandês que entrou em erupção no sábado continua a expelir fumo e lava laranja nesta segunda-feira, embora não exista, para já, qualquer perigo para as infra-estruturas e para Grindavik, uma vila costeira a cerca de 50 quilómetros (30 milhas) a sudoeste da capital da Islândia, Reiquiavique.
Esta é já a quarta erupção em três meses, a última aconteceu em Fevereiro. O magma (rocha semifundida) que se vinha a acumular no subsolo da península de Reykjanes (perto de Reiquiavique) desde a última erupção levou as autoridades a alertarem para um novo evento geológico.
No sábado, as autoridades tiveram apenas 15 minutos para avisarem a população antes de a lava começar a surgir de uma fissura de três quilómetros de extensão, aproximadamente do mesmo tamanho e no mesmo local da erupção anterior.
Por volta do meio-dia desta segunda-feira, os fluxos de lava diminuíram numa das três áreas que estavam activas no dia anterior, informou o Gabinete Meteorológico da Islândia (Vedur em islandês) em comunicado.
As barreiras artificiais têm conseguido desviar a lava de várias infra-estruturas, incluindo da central geotérmica de Svartsengi e de Grindavik, uma vila piscatória com cerca de quatro mil habitantes.
Imagens da emissora pública RUV mostram a lava a fluir a algumas centenas de metros da vila, que foi evacuada durante uma erupção em Novembro e outra em Fevereiro.
A lava seguiu durante o fim-de-semana por uma das três estradas que levam a Grindavik e, esta segunda-feira, avançou lentamente para o sul, em direcção a outra estrada.
É improvável que a lava chegue ao mar e também a Reiquiavique, segundo avançou o Vedur. Até ao momento a erupção não causou qualquer problema nos voos de e para Keflavik, o principal aeroporto da Islândia.
Esta erupção é já a sétima registada na península de Reykjanes desde 2021, altura em que os sistemas geológicos que estiveram adormecidos durante cerca de 800 anos se tornaram novamente activos. A Islândia abriga 33 sistemas vulcânicos activos, o número mais elevado da Europa. O país está localizado na Dorsal Meso-Atlântica, uma fenda no fundo do oceano que separa as placas tectónicas da Eurásia e da América do Norte e cujos movimentos provocam sismos e erupções.