Chefe da Mossad chega domingo ao Qatar para reiniciar negociações de trégua

Casa Branca considera que a última resposta do Hamas se enquadra “nos limites do acordo” que está há meses a ser negociado.

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Protesto em Telavive a exigir a Netanyahu que assegure a libertação dos reféns Carlos Garcia Rawlins/Reuters
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Com uma nova contra-proposta do Hamas em cima da mesa, o chefe dos serviços secretos externos de Israel, David Barnea viaja este domingo para Doha, onde tem encontros marcados com o primeiro-ministro qatari e com responsáveis egípcios. Estas negociações, sublinha o jornal The Times of Israel, “são as primeiras conversações indirectas que juntam representantes israelitas e do Hamas desde o início do Ramadão”, há uma semana – Egipto, Qatar e Estados Unidos tinham dito que um cessar-fogo estaria em vigor antes do arranque do mês sagrado do islão.

O director da Mossad já participou nas negociações em vários momentos e esteve na capital do Qatar pouco antes do anúncio da trégua que esteve em vigor entre 24 e 30 de em Novembro. Segundo responsáveis ouvidos pela agência Reuters, as conversações dos próximos dias vão focar-se em questões que continuam por acertar entre as partes, como o número de prisioneiros palestinianos que poderão ser libertados e detalhes sobre a ajuda humanitária com destino a Gaza.

Desde 24 de Fevereiro que Israel e o Hamas têm em mãos uma proposta de acordo que inclui uma pausa de 40 dias em todas as operações militares e a facilitação do acesso da ajuda à Faixa de Gaza, prevendo a libertação de todos os reféns israelitas mantidos pelo movimento islamista no território palestiniano, em troca da libertação de palestinianos das cadeias de Israel – dez por cada um dos cerca de 134 reféns (32 dos quais estarão mortos).

O Hamas já apresentou várias contrapropostas, com as primeiras a incluírem o fim da guerra, o que Israel considera inaceitável. A reacção do Governo de Benjamin Netanyahu passou sempre por descrever “exigências irrealistas” e “ridículas” e insistir que o conflito durará o que for preciso, até “à destruição total” do movimento palestiniano.

O cessar-fogo total não deixou de ser um objectivo dos islamistas, mas a última versão mostrada aos mediadores, na sexta-feira, consiste num plano em três fases, a mais longo prazo: na primeira fase, uma trégua de seis semanas seria acompanhada pela liberação de 35 reféns (mulheres, crianças e pessoas mais velhas) em troca de 350 palestinianos das prisões de Israel.

Netanyahu repetiu que se trata de uma proposta “ridícula”, mas horas depois, em Washington, o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca, John Kirby, defendeu que esta resposta do Hamas está “dentro dos limites do acordo em que trabalhamos há vários meses”. “Está dentro das pinceladas gerais do acordo sobre o qual temos conversado”, repetiu.

Os familiares dos reféns, que se têm manifestado diariamente, exigem a Netanyahu que aceite a última proposta do Hamas.

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