Mortalidade volta a cair. Nos primeiros dois meses deste ano, morreram 22.593 pessoas

Dados do INE apontam para redução da mortalidade nos primeiros meses do ano, assim como para menos nascimentos e casamentos em Janeiro. Saldo natural negativo agravou-se.

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Morreu-se menos em Janeiro, mas quebra nos nascimentos foi ainda mais acentuada, o que agravou o saldo natural negativo no primeiro mês do ano Manuel Roberto/Arquivo
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O número de óbitos registados no país em Fevereiro foi inferior ao do mês anterior e aos do mês homólogo de 2023, mantendo a tendência que já se vislumbrara no primeiro mês do ano - há menos mortes em Portugal. Os dados constam das estatísticas vitais do Instituto Nacional de Estatística (INE), reveladas esta sexta-feira, que nos indicam ainda que houve um agravamento do saldo natural, que permanece negativo.

Nos primeiros dois meses do ano, morreram em Portugal 22.593 pessoas, o que representa menos 203 óbitos dos que os registados no mesmo período do ano passado. A queda, olhando para Janeiro e Fevereiro em conjunto, é de 0,9%, mas, se se considerar apenas o segundo mês do ano, a diferença é mais significativa.

Em Fevereiro, registaram-se 9139 óbitos, o que é menos 32,1% do que as mortes registadas em Janeiro (menos 4315) e menos 15,8% do que aquelas registadas em Fevereiro de 2023 (menos 1710 óbitos).

Entre as causas, a covid-19 surge como residual - foram 27 óbitos registados como tendo sido provocados pela doença, menos 129 do que em Janeiro -, não representando mais do 0,3% do total de mortes ocorridas naqueles 29 dias.

Esta diminuição não é, contudo, suficiente para retirar Portugal da lista de países europeus que, segundo os cálculos do Eurostat, continuam a ter um “excesso de mortalidade”. Esses valores são calculados tendo como referência o número médio de óbitos ocorridos no mesmo mês analisado no período 2016-2019.

Os dados mais recentes, agora apresentados pelo INE, referem-se a Janeiro, e não apontam diferenças em relação ao que já se registara no último trimestre de 2023 - continua a haver um excesso de mortalidade na Europa e, no primeiro mês do ano, 18 dos 27 Estados-membros da União Europeia, incluindo Portugal, estavam nessa situação.

Ainda olhando para Janeiro, o INE diz-nos que o saldo natural (a diferença entre nados vivos e óbitos) se agravou, para um valor negativo de 6398, quando comparado com o mês homólogo de 2023 (o valor aí fora de menos 4721). Para tal contribuiu o facto de terem existido menos nascimentos.

Em Janeiro registaram-se 7044 nados-vivos, o que representa menos 2,2% dos nascimentos ocorridos no mesmo período do ano passado (foram, então, 7204) e também menos 1,6% nascimentos do que em Dezembro último, quando nasceram 7156 bebés em Portugal.
Apesar de se ter mantido negativo em 2023 (menos 32.613), o saldo natural tinha sofrido um desagravamento, em comparação com 2022 (menos 40.640). Por enquanto, é ainda muito cedo para perceber se essa tendência se irá manter ao longo de 2024 ou se o cenário menos positivo registado em Janeiro será para durar.

Janeiro também não foi um mês que tenha cativado os portugueses para casar, tendo havido uma diminuição dos casamentos registados, seja a comparação feita com Dezembro ou com o mês homólogo de 2023. Os dados do INE indicam que no primeiro mês de 2024 se registaram 1533 casamentos, o que representa menos 508 do que em Dezembro (uma quebra de 24,9%) e menos 127 (quebra de 7,7%) do que em Janeiro de 2023. Nesse ano, o total de casamentos chegou aos 36.980, pouco mais (28) do que em 2022.

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