Harmony Korine. A sociedade de espectáculo entre recortes e explosões

Um terrível álbum de recortes. O caderno de anotações de um estoura-vergas, na tela e nas letras, Harmony Korine.

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Há uma desolação irremediável nestes escritos de Harmony Korine Matt Carr/Getty Images
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É possível que Harmony Korine pudesse dar uma resposta semelhante à disparada por uns Sex Pistols questionados sobre as suas intenções: “Não nos interessa tanto a música, é mais o caos.” E quem tivesse visto Kids, naqueles (apesar de tudo) plácidos anos de 1990, não devia estranhar. O rude vigor e a violência de Korine atravessam os diálogos da película de Larry Clark de 1995 e destroem como fogo em palha seca. E a sensação que fica, mesmo à distância de décadas, é a de um ataque, abalo impressionante aos mais “sólidos pilares”. A sociedade, a adolescência, o sexo, o prazer, o envolvimento (?), tudo sujeito ao furacão Korine. Mas ainda sobrou bastante poder destrutivo para a restante produção do norte-americano, que estava apenas a começar, quando escreveu aquele guião – que ficaria como um selo e uma garantia de perigo. Assim foi e continua.

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