Entre o grito e a bomba, saiu a rosa e ficaram 48 espinhos
Depois do Festival da Canção e antes dos Óscares, os portugueses foram às urnas. O melhor de tudo: fizeram-no em liberdade, como desde há 50 anos.
Foi um fim-de-semana bem animado. Em apenas dois dias, os portugueses votaram duas vezes e assistiram, já noite dentro, a votações dos outros. Começou com o Festival da Canção, onde os seus votos ajudaram (merecidamente) a empurrar para a Suécia uma jovem cantora já segura de si, iolanda, favorita com uma canção chamada Grito; e fechou com um Festival da Projecção, onde a Academia norte-americana distinguiu com nada menos do que sete Óscares o filme da bomba atómica, isto é, Oppenheimer, de Christopher Nolan. Pelo meio, no Festival da Nação, isto é, nas eleições legislativas (antecipadas) de 2024, após muitos dias de excitações, acusações e alegados triunfos no horizonte, o sistema político português passou de bipartidário para tripartidário numa noite, com um quase empate dos dois maiores partidos e um insuflar prodigioso de um terceiro que viu enfim acolhido o seu insistente gesto pedinchão: “Dêem-me só uma oportunidade, só uma…”.
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