Livre pede a Marcelo novas audiências porque voto da emigração pode “alterar resultado final”

O co-líder do Livre exclui o Chega da equação para defender que ainda não está claro se a maioria parlamentar, contados os votos da emigração, será da esquerda ou da direita “tradicional”.

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Rui Tavares com o Presidente da República em Belém LUSA/TIAGO PETINGA
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Rui Tavares, co-líder do Livre, defende que Marcelo Rebelo de Sousa, Presidente da República, deve agendar novas reuniões com os partidos, uma vez que não estão contados todos os votos das eleições legislativas e, consequentemente, o cenário governativo ainda não é claro, até porque admite que a esquerda pode ser maioritária face à "direita tradicional".

“O Presidente da República tem toda a possibilidade de ouvir os partidos quando entender”, começou por dizer em declarações aos jornalistas em Belém, no final da segunda audiência do Presidente às forças políticas com representação parlamentar. “Por respeito pelos votos dos nossos concidadãos, justifica-se que venhamos a ter outras audiências — essas sim constitucionais para indigitação de primeiro-ministro”, completou, notando tê-lo também dito a Marcelo.

“Tivemos uma reunião, uma audiência, num momento em que não estão contados todos os votos. Não sabemos a atribuição de todos os mandatos. Isso pode ser mais compreensível em eleições nas quais não haja a possibilidade matemática de haver uma alteração nas posições relativas dos partidos e das coligações, mas acontece que há”, disse.

Para Rui Tavares, os votos das comunidades — que entre o círculo da Europa e o círculo Fora da Europa elegem quatro deputados — ainda “têm um peso que pode alterar o resultado eleitoral final”. Tavares chega a estes números porque exclui totalmente o Chega da equação — pressionando a "direita tradicional" a fazê-lo também: não apenas “politicamente”, mas também “aritmeticamente”.

No entender do antigo eurodeputado, há por fazer uma “importante clarificação”: “O que farão a AD e a IL se houver um campo parlamentar da esquerda com mais mandatos e números de votos, e que forme governo?” começa por perguntar. “Acompanharão uma moção de rejeição do Chega?”, continua.

Questionado sobre como votará a moção de rejeição ao eventual governo da AD esta quarta-feira anunciada pelo PCP, Tavares respondeu que o “Livre não põe o carro à frente dos bois”, notando não saber “a que governo” ou a “que programa” será “essa moção de rejeição”.

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