Quando Montenegro entrar em funções “está em condições de decidir novo aeroporto”, diz Costa

O relatório da comissão técnica independente que estudou a localização do novo aeroporto de Lisboa já foi entregue, só faltando agora o relatório de acompanhamento.

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António Costa esteve esta terça-feira na apresentação de projectos das agendas mobilizadoras do Plano de Recuperação e Resiliência LUSA/JOSÉ COELHO
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O ainda primeiro-ministro exerceu nesta terça-feira pressão sobre o seu sucessor, que deverá ser Luís Montenegro, presidente do PSD e líder da AD, para que não atrase a decisão sobre a localização do novo aeroporto de Lisboa.

"O próximo governo, quando entrar em funções, está em condições de decidir a localização do novo aeroporto. Com uma enorme vantagem: este relatório da comissão técnica independente foi produzido na base de um acordo entre o PS e PSD, entre o Governo e o principal partido da oposição, que definiram uma metodologia para se escolher”, declarou António Costa aos jornalistas, à margem da apresentação de projectos das agendas mobilizadoras do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).

Questionado sobre a nostalgia de não ter feito algumas grandes obras ou de não ter tomado decisões como a do novo aeroporto, António Costa admitiu que “qualquer pessoa que tenha um cargo público o gosto que tem é fazer coisas”. “Quando não as consegue concluir., porque não foi capaz, ou porque o tempo foi encurtado, ou pelos ‘n’ factores que perturbam a execução das obras, obviamente que nos deixa frustração.”

O primeiro-ministro defendeu ser “fundamental que as coisas que estão em andamento continuem em andamento”.

São os casos do PRR, mas também do lançamento, nesta semana, da obra da nova linha do metropolitano que vai ligar Odivelas a Loures; da obra ferroviária da ligação de alta velocidade Lisboa-Porto e Porto-Vigo, e do novo aeroporto de Lisboa, cujo relatório final foi entregue ao Governo nesta segunda-feira, faltando apenas o parecer da comissão de acompanhamento que se reúne no próximo dia 15.

António Costa defendeu o processo faseado de nomeação dos elementos da comissão técnica, insistindo na ideia de que o PSD e o Governo acordaram a metodologia e na independência e competência dos elementos. “A generalidade das decisões de um decisor político é tomada com base em informação técnica que lhe fornecem. Não há nenhum primeiro-ministro que seja especialista em aeroportos, pelo que para decidir tem de o fazer com base em informação técnica.”

“[Além disso,] é um investimento que vai ultrapassar em muito as nossas vidas; a decisão tem de ser tomada com base na melhor informação”, frisou António Costa. Por isso, salientou: “Qualquer decisão é uma boa decisão, pelo atraso que temos e sobretudo porque esta decisão vai beneficiar de um estudo e informação técnica sólida.”

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