“Um dos piores dias” da história de Espanha. Atentado de 11 de Março foi há 20 anos

Em vários pontos de Madrid homenagearam-se, esta segunda-feira, as vítimas daquele que foi um dos maiores atentados na história da Europa. Ataque foi reivindicado em 2004 pela Al-Qaeda.

Morreram nos atentados de 11 de Março 192 pessoas
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Morreram nos atentados de 11 de Março 192 pessoas EPA/DANIEL GONZALEZ
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Filipe VI e Pedro Sánchez estiveram presentes em cerimónias de homenagem às vítimas EPA/CHEMA MOYA / POOL
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Mural com nomes de vítimas dos atentados,Mural com nomes de vítimas dos atentados REUTERS/Juan Medina
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Houve várias homenagens às vítimas pela cidade de Madrid esta segunda-feira EPA/DANIEL GONZALEZ
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Houve várias homenagens às vítimas pela cidade de Madrid esta segunda-feira,Houve várias homenagens às vítimas pela cidade de Madrid esta segunda-feira Reuters/Juan Medina,Reuters/Juan Medina
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Houve várias homenagens às vítimas pela cidade de Madrid esta segunda-feira EPA/SERGIO PEREZ
Atentados a bomba em trens em Madri em 2004
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Imagem de comboio afectado pelas explosões, em 2004 Reuters / Kai Pfaffenbach
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Imagem de comboio afectado pelas explosões, em 2004 Reuters / Sergio Perez
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Esta segunda-feira, assinalou-se, em Espanha, o 20.º aniversário do atentado nos comboios suburbanos de Madrid de 11 de Março de 2004. Várias pessoas deslocaram-se à estação de Atocha, onde aconteceram os ataques, para deixar flores, velas e homenagear as vítimas do ataque que matou 192 pessoas e fez mais de 17 mil feridos. Houve também uma missa em memória das vítimas na Catedral de Almudena, escreve a agência Reuters. Nos Jardins do Retiro foram plantadas 192 árvores, uma por cada vítima do ataque.

Os reis de Espanha, o primeiro-ministro, Pedro Sánchez e a comissária europeia dos Assuntos Internos prestaram homenagem num evento que decorreu na Galeria das Colecções Reais. Filipe VI aproveitou a ocasião para sublinhar que a melhor forma de prevenir o terrorismo é através de “políticas ambiciosas que evitem a radicalização” da sociedade, como escreve o El País.

“Quem conheceu de perto essa manifestação extrema de violência, nunca mais a esquecerá”, afirmou também Pedro Sanchéz. No X (antigo Twitter) o presidente do PP, Alberto Feijóo considerou que é preciso “recordar as vítimas e ter sempre presente a dor de todo um país”. Isabel Díaz Ayuso, presidente da Comunidade de Madrid, disse, num discurso, que o atentado foi “um dos piores dias” da história espanhola.

Passavam poucos minutos das 7h30 da manhã do 11 de Março de 2004 quando uma dezena de explosivos detonou no interior de quatro comboios suburbanos de Madrid.

O atentado foi reivindicado pela Al-Qaeda ainda no dia do ataque, que o justificou com o envolvimento de Espanha na guerra do Iraque. No mesmo dia, porém, José María Aznar, então primeiro-ministro de Espanha, deu a crer que a associação ETA podia ter estado por trás do atentado. Tendo em conta que o ataque aconteceu meros dias antes das eleições, que acabaram por tirar o PP de Aznar do poder, há quem levante a hipótese de que o então primeiro-ministro espanhol terá mentido deliberadamente para melhorar as suas chances nas urnas.

Uns dias depois das eleições, vários jornalistas revelaram que o próprio primeiro-ministro tinha tentado convencer os media a manterem a narrativa de que a ETA tinha responsabilidades no atentado. “Alertou-me com cortesia para não me deixar cair em erro. A ETA era a responsável”, disse Antonio Franco, editor do El Periodico, em 2004.

Em 2019, um responsável dos Tedax (unidade de desactivação de explosivos) revelou ao El País que por volta das 15h do dia do ataque já tinham informações de que provavelmente o ataque teria sido levado a cabo por jihadistas e não pela ETA. “Desde logo, o que se descartava com absoluta certeza era a autoria da ETA, e foi isso que se comunicou às 15h do 11 de Março às autoridades policiais”, explicou Juan Jesús Sanchez Manzano, comissário e chefe dos Tedax na altura do atentado.

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Comboio onde detonou uma das bombas Andrea Comas / Reuters

Esta segunda-feira, o PSOE e o Sumar acusaram o executivo de Aznar de terem colocado as eleições à frente da verdade. “O PSOE pede ao PP que peça desculpa a todos os cidadãos por mentir e colocar os seus interesses partidários à frente da verdade”, disse Alfonso Rodríguez Gómez de Celis, dos socialistas, segundo o El País.

Em comunicado, citado pelo mesmo jornal, a FAES, a fundação de José María Aznar, voltou a afirmar que “nunca chegou às mãos do Governo um documento oficial que descartasse definitivamente a autoria da ETA e afirmasse sem hesitação a responsabilidade jihadista”.

Depois do atentado, o dia 11 de Março passou a ser marcado como Dia Europeu em Memória das Vítimas do Terrorismo.

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