Navio com quase 200 toneladas de alimentos deixa Chipre e está a caminho de Gaza

Navio Open Arms transporta 200 toneladas de farinha, arroz e várias proteínas. A missão foi financiada, em grande parte, pelos Emirados Árabes Unidos.

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Navio Open Arms faz parte de um projecto-piloto para abrir uma nova rota marítima para ajudar população de Gaza Reuters/Yiannis Kourtoglou
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Um navio que transporta quase 200 toneladas de alimentos deixou um porto de Chipre na manhã desta terça-feira e está a caminho de Gaza.

O navio Open Arms, que faz parte de um projecto-piloto para abrir uma nova rota marítima para ajudar uma população com um nível “letal” de fome, foi visto a sair do Porto de Larnaca levando a reboque um pequeno barco que contém 200 toneladas de farinha, arroz e várias proteínas.

A missão, financiada em grande parte pelos Emirados Árabes Unidos, está a ser organizada pela instituição de caridade norte-americana World Central Kitchen (WCK). A ONG espanhola Proactiva Open Arms forneceu o navio.

“O nosso objectivo é estabelecer uma rota marítima de barcos abastecidos com milhões de refeições que sigam continuamente em direcção a Gaza”, disseram o fundador, Jose Andres, e o director executivo, Erin Gore, da WCK em comunicado.

Dada a falta de infra-estruturas portuárias em Gaza, a WCK disse que estava a tentar criar um cais de desembarque com material de edifícios destruídos e afirmou ter outras 500 toneladas de ajuda paradas em Chipre, que também serão enviadas em breve.

Mais de cinco meses depois do ataque do Hamas a Israel, mantém-se a pressão para um acordo de trégua ou cessar-fogo que possa levar à distribuição de ajuda humanitária na Faixa de Gaza, onde o Norte está numa situação que piora dia após dia e onde os níveis de fome são alarmantes, segundo as autoridades de saúde do território.

Uma em cada seis crianças está a sofrer de subnutrição grave, e os bebés de 5500 mulheres que deverão nascer durante o próximo mês em Gaza estão em risco de morrer (Unicef). Morreram já 18 pessoas de fome (autoridades de saúde de Gaza) e 40 por cento das missões para zonas que exigem coordenação com Israel não tiveram autorização de acesso (Ocha).