EUA anunciam pacote de ajuda militar à Ucrânia de 300 milhões de dólares

Financiamento assegurado por poupanças de custos em contratos do Pentágono, enquanto o pacote de 60 mil milhões de dólares continua bloqueado na Câmara dos Representantes.

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Jake Sullivan, conselheiro de segurança nacional dos EUA Tom Brenner/EPA/POOL
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Os Estados Unidos anunciaram esta terça-feira que vão enviar um novo pacote de ajuda militar à Ucrânia no valor de 300 milhões de dólares (275 milhões de euros), a primeira medida de assistência a Kiev em meses, numa altura em que os fundos adicionais continuam bloqueados pelos líderes do Partido Republicano na Câmara dos Representantes.

A Casa Branca tem-se esforçado por encontrar formas de enviar mais assistência militar, dada a situação no campo de batalha e a resistência ao financiamento por parte dos republicanos de linha dura.

O conselheiro de segurança nacional dos EUA, Jake Sullivan, afirmou que o financiamento provinha de poupanças de custos não previstas em contratos do Pentágono e que seria utilizado para munições de artilharia e para os sistemas de rockets de artilharia de alta mobilidade (HIMARS).

“Estas munições manterão as armas da Ucrânia a disparar durante algum tempo, mas apenas durante um curto período”, disse Sullivan. “Não é nem de perto nem de longe suficiente para satisfazer as necessidades da Ucrânia no campo de batalha e não impedirá que a Ucrânia fique sem munições”, acrescentou.

As autoridades norte-americanas analisaram também as opções para apreender cerca de 285 mil milhões de dólares (260 mil milhões de euros) em activos russos congelados em 2022 e usar o dinheiro para pagar o armamento que a Ucrânia necessita.

O anúncio foi feito no momento em que o Presidente e o primeiro-ministro da Polónia se encontravam com Joe Biden na Casa Branca para falar sobre formas de reforçar o apoio à Ucrânia.

A utilização dos fundos agora desbloqueados abre uma janela estreita para permitir o envio urgente de mais ajuda a partir dos stocks existentes, uma vez que a Administração Biden aguarda a aprovação de um financiamento suplementar pelos legisladores.

Biden, um democrata, tem apoiado a ajuda militar à Ucrânia desde a invasão total da Rússia em 2022, enquanto o seu provável adversário republicano nas eleições de 5 de Novembro, o antigo presidente Donald Trump, tem uma posição mais isolacionista.

O líder republicano da Câmara dos Representantes, Mike Johnson, um aliado de Trump, recusou-se até agora a convocar a votação de um projecto de lei que forneceria mais 60 mil milhões de dólares (55 mil milhões de euros) para a Ucrânia.

A medida foi aprovada no Senado, de maioria democrata, e tanto os republicanos como os democratas na Câmara dos Representantes dizem que seria aprovada se os líderes republicanos da câmara baixa do Congresso dos EUA permitissem a votação.

Os líderes das agências de serviços secretos dos EUA pressionaram esta terça-feira os membros da Câmara dos Representantes para aprovar assistência militar adicional para a Ucrânia, dizendo que isso não só impulsionaria Kiev na luta contra a Rússia, mas desencorajaria a agressão chinesa.

O Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, afirmou na segunda-feira que a situação na frente de guerra com a Rússia era a melhor em três meses, com as tropas de Moscovo sem avançar desde a captura, no mês passado, da cidade oriental de Avdiivka.

Zelensky, numa entrevista à televisão francesa BFM, disse que a Ucrânia tinha melhorado a sua posição estratégica apesar da escassez de armamento, mas sugeriu que a situação poderia mudar novamente se não houvesse novos fornecimentos. O Presidente ucraniano disse anteriormente que a Rússia estaria a preparar uma nova ofensiva a partir do final de Maio ou no Verão.

A Dinamarca anunciou também esta terça-feira um novo pacote de ajuda militar à Ucrânia, incluindo sistemas de artilharia Caesar e munições, no valor de cerca de 2,3 mil milhões de coroas dinamarquesas (308 milhões de euros), informou o Ministério da Defesa dinamarquês.

Os países da União Europeia estão prestes a chegar a acordo sobre um novo complemento de 5 mil milhões de euros para um fundo utilizado para financiar o envio de material militar para a Ucrânia, noticiou o Financial Times, citando quatro funcionários informados sobre as discussões.