A economia e o défice andam há 20 anos a dominar as campanhas eleitorais
Na campanha de 2002, o défice entrou no debate quando o país deslumbrado com a Europa chocou com a realidade e nunca mais daí saiu. Visita guiada aos vícios e virtudes das campanhas do século XXI.
“Os portugueses dão sinais de querer mudar, de estarem cansados da actual maioria. Mas, por outro lado, também dão sinais de não confiar o suficiente na alternativa e no seu principal rosto para se lhe entregarem de alma e coração.” A citação bem podia ser de um analista atento na última semana, mas não. É um excerto de um editorial do PÚBLICO assinado por José Manuel Fernandes nas legislativas de 2002. Então, como agora, havia pouca confiança nas propostas dos partidos, ansiedade sobre o futuro, dúvida sobre o modelo de desenvolvimento que estava em curso e, como corolário, irritação com a classe política. Ao reflectir pela primeira vez o choque entre as esperanças da integração europeia e as limitações do país para as aproveitar, as eleições de 2002 foram um marco. Com uma ou outra diferença, Portugal anda a repetir os mesmos diagnósticos e a discutir as mesmas soluções para o seu futuro desde então.
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