Para começar, é importante entender que há dois tipos diferentes de rejeição, como explica Lilian Cidreira, especialista em carreiras.
- No início do processo de selecção: a rejeição acontece quando envias o currículo ou te candidatas para uma vaga e, logo, ficas a saber que não vais avançar no processo.
- No final do processo de selecção: neste caso, avanças para outras etapas, como provas, dinâmicas e entrevistas, e não és escolhido depois de passar por elas.
Por que importa: as duas devem ter pesos diferentes para os candidatos, pontua Cidreira. A rejeição no início do processo não deve gerar tanta preocupação, nem ser vista como um sinal de que se está a fazer algo errado.
1. Pede feedback. "Depois do não, o que podemos fazer é ter uma oportunidade de autoconhecimento. Ressignificar esse momento, aproveitar essa situação para tentar aprender e fazer diferente numa próxima entrevista", explica Paula Esteves, co-CEO da Cia de Talentos.
- Como fazer isso: num email, agradece pela oportunidade e diz que gostavas de ter feedback para entender os motivos pelos quais não foste escolhido.
- Os RHs costumam responder ao email e explicar quais foram os critérios. "Na pior das hipóteses, fica sem resposta. Na melhor, tem informações para trabalhar em cima", complementa Cidreira.
2. Aprimora o discurso. Retoma a entrevista anterior para te preparares para as próximas. Responderias algo diferente? Confirma se as respostas mostraram que eras capaz de executar aquela função específica.
- "Normalmente, os erros na entrevista estão muito ligados à pessoa responder com muito detalhe a informações que não eram necessárias para aquela empresa", explica Cidreira.
3. Mantém contacto com a empresa. Depois de pedires feedback, sinaliza que estás disponível para outras vagas, orienta Esteves. Assim, o recrutador pode adicionar o currículo a um banco de talentos ou até lembrar-se de ti caso surja uma nova oportunidade.
- Usa o LinkedIn, por exemplo, como forma de manter essas pessoas na rede de contactos.
4. Networking. Falando em contactos, continua a procurar vagas activando a rede de relacionamento. "Fica próximo, tanto através de redes sociais, como de grupos que tenham conteúdos interessantes sobre a sua área, em eventos do seu segmento", diz a co-CEO da Cia de Talentos.
O que não fazer de forma alguma?
↳ Mentir ou exagerar o currículo como resposta à rejeição.
É praticamente impossível sustentar a mentira, diz Lilian Cidreira. Se o recrutador não perceber, o gestor vai.
Confiança é um valor para quase 100% das organizações, segundo Esteves. "Perdes a credibilidade num aspecto que os RHs e as empresas de recrutamento valorizam muito.
↳ Falar mal da empresa por aí.
Nem online... Muitos candidatos usam as redes sociais para detonar o processo de selecção, relata Cidreira. Ao fazer isso, mostras às empresas como lidas com adversidades — e passas a impressão de que agirias assim noutras situações, caso fosses contratado.
Nem offline... Não reclames do processo com pessoas que não te são próximas. "Fica muito claro e nítido o quanto a pessoa não está se está a responsabilizar e o quanto ela entende que a culpa é sempre do outro", complementa Cidreira.
Uma dica final: tem paciência. Não cries a expectativa de que conseguir emprego é um processo rápido, diz Esteves. São necessários, em média, seis meses para conquistar a contratação, então é importante não deixar a frustração atrapalhar a jornada.
Exclusivo PÚBLICO/ Folha de S. Paulo