Volodymyr Zelensky diz que a Rússia já o tentou matar 10 vezes

Serviços secretos ucranianos estimam que a Rússia tentou matar Zelensky mais de 10 vezes. Presidente desvaloriza e diz estar “nas mesmas condições que qualquer ucraniano”.

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Volodymyr Zelensky alertou para o "grande problema" que seria para o futuro da Ucrânia uma pausa no conflito EPA/UKRAINIAN PRESIDENTIAL PRESS SERVICE HANDOUT
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O Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, afirmou que os serviços de informação estimam em mais de 10 as tentativas de assassinato por parte da Rússia desde o início da invasão, há dois anos.

"Dizem que são mais de dez, mas são oficiais, serviços especiais, serviços secretos. Para ser sincero, não presto atenção a esses números. Na Ucrânia, todo o nosso pessoal, os militares, que estão na linha da frente, estão a arriscar as suas vidas todos os dias", disse Volodymyr Zelensky durante uma entrevista para a televisão italiana.

E acrescentou: "Os civis, que sofrem ataques como em Odessa, também estão em risco. Eu sou o Presidente do meu país, por isso também corro riscos e é óbvio porquê. Devo estar nas mesmas condições que qualquer ucraniano".

Volodymyr Zelensky também sublinhou a necessidade de os parceiros da Ucrânia lhe fornecerem sistemas de mísseis de longo alcance, aludindo às preocupações de alguns aliados, como a Alemanha, de que estes poderiam ser utilizados para atacar o território russo.

"O nosso objectivo é desocupar as nossas terras e acabar com a guerra", justificou, assegurando que um arsenal deste tipo poderia não só mudar o rumo da guerra, mas também dissuadir o Exército russo. "Se tivéssemos armas de longo alcance, poderíamos abatê-los. Eles são inexperientes, muitos deles têm medo, se as nossas armas conseguissem chegar lá, eles também recuariam", afirmou.

Volodymyr Zelensky também alertou para o "grande problema" que seria para o futuro da Ucrânia uma pausa no conflito. "Penso que uma interrupção da guerra é um desafio muito sério para nós" e "um grande problema para toda a Europa", alertou. "Já tivemos a experiência depois da ocupação da Crimeia e de parte do Donbass", disse o Presidente ucraniano, para quem este tipo de tréguas só vai reforçar ainda mais a capacidade militar da Rússia.