Presidente do PS queixou-se a Marcelo e pede contenção em dia de reflexão
Carlos César pede a Marcelo para não condicionar as legislativas de domingo. Os socialistas não gostaram de ler os cenários pós-eleitorais do Presidente no Expresso.
O PS ficou furioso com os cenários que Marcelo antevê para as eleições de domingo, divulgados pelo Expresso, nomeadamente aquele em que afirma que só dará posse ao líder do partido mais votado.
O Presidente do PS, Carlos César, queixou-se ao chefe de Estado por andar a fazer cenários e, indirectamente, sugeriu que Marcelo Rebelo de Sousa pode estar a condicionar as eleições legislativas.
Carlos César referiu concretamente o discurso que o Presidente da República marcou para sábado, dia de reflexão. O PS teme, neste momento, e depois dos cenários divulgados pelo Expresso, que Marcelo Rebelo de Sousa tente condicionar o acto eleitoral.
O Expresso escreveu na edição desta sexta-feira, em manchete, “Marcelo rejeitará ‘solução Centeno’ da AD (e tudo fará para evitar Chega no Governo)”. “Se a AD perder mas houver uma maioria de direita no parlamento, o Presidente não aceitará um primeiro-ministro de substituição de Luís Montenegro para um eventual Governo com o Chega”, escreve o jornal.
O jornal garante que “Marcelo nunca aceitaria um primeiro-ministro de substituição do líder do PSD, da mesma forma que não aceitou Mário Centeno quando António Costa lho propôs para o substituir em São Bento”.
Os cenários de Marcelo foram interpretados no PS como o Presidente a fazer um apelo ao voto útil na AD, quando tenta riscar do mapa um cenário que alguns acreditam ser possível: a formação de um governo de maioria de direita com o Chega. Ou seja, um dos argumentos que permitiram ao PS obter a maioria absoluta em 2022, embora a expressão “não é não” (a alianças com o Chega) de Montenegro nesta campanha tenha feito com que esse argumento fosse agora raramente usado pelo PS.