Desde 7 de Outubro, morreram 27 palestinianos de Gaza detidos por Israel

Exército israelita diz que todas as mortes estão a ser investigadas.

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Camião israelita com grupo de detidos palestinianos em Dezembro REUTERS/Yossi Zeliger
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Dados obtidos pelo diário israelita Haaretz mostram que 27 palestinianos de Gaza detidos depois do início da guerra após o ataque de 7 de Outubro do Hamas morreram em duas instalações militares israelitas ou durante interrogatórios em Israel.

O Gabinete do porta-voz das Forças de Defesa de Israel (IDF, na sigla em inglês) disse que a Polícia de Investigação Militar abriu investigações sobre as mortes. Não foram dados detalhes sobre as mortes excepto o dizer que alguns dos detidos sofriam de problemas de saúde anteriores ou foram feridos durante a guerra.

Desde o início da guerra, o exército tem mantido os detidos de Gaza em campos de prisioneiros temporários na base de Sde Teiman. Ao abrigo de uma alteração legislativa aprovada durante a guerra, os detidos podem ser mantidos até 75 dias sem ver um juiz.

Alguns detidos foram libertados e regressaram a Gaza. Além disso, os trabalhadores de Gaza com autorização que se encontravam em Israel no início da guerra foram detidos no campo de detenção de Anatot até que a maioria foi libertada e regressou à Faixa de Gaza.

Uma fonte disse ao Haaretz que pelo menos um deles, um diabético, morreu no campo, depois de não ter recebido tratamento médico. Em Dezembro, o mesmo jornal revelou que os detidos em Sde Teiman eram mantidos algemados e com os olhos vendados durante todo o dia

Alguns detidos que regressaram mais tarde a Gaza descreveram abusos por parte dos soldados e durante os interrogatórios. Segundo um relatório da organização da ONU de apoio a refugiados palestinianos (UNRWA) publicado pelo New York Times esta semana, os detidos libertados em Gaza testemunharam que foram espancados, roubados, despidos, agredidos sexualmente e impedidos de ter acesso a médicos e advogados.

No final de Fevereiro, Azzadin Al Bana, de 40 anos, morreu numa clínica dos Serviços Prisionais. O Comité de Assuntos Prisionais declarou que Al Bana, que tinha uma doença crónica, fora detido na sua casa na Faixa de Gaza há cerca de dois meses. Só duas semanas depois de ter sido detido foi transferido para as instalações médicas de Sde Teiman, e depois para a clínica onde morreu.

Um advogado que visitou recentemente a clínica disse que outros prisioneiros relataram que Bana tinha ferimentos graves por estar imobilizado com algemas e que sofria de paralisia.

Dados dos serviços prisionais enviados à organização de defesa de direitos humanos HaMoked mostram que, a 1 de Março, estavam detidos em prisões administradas pelos serviços prisionais com estatuto de combatentes ilegais 793 palestinianos de Gaza. Desconhece-se ainda o número de habitantes de Gaza em instalações de detenção militar.

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