Transporte de passageiros recuperou níveis pré-pandemia em 2023. Metro foi a excepção

Os transportes nacionais movimentaram mais de 553 milhões de passageiros durante o ano passado. Todos ultrapassam já os níveis pré-pandemia, à excepção do metropolitano.

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O metropolitano de Lisboa continua com níveis inferiores aos que se verificavam em 2019 Daniel Rocha
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O transporte de passageiros recuperou, em 2023, os níveis pré-pandemia na maioria dos meios de transporte. A excepção foi o metropolitano, que, apesar de ter registado um crescimento em relação ao ano anterior, continua com níveis inferiores aos que se verificavam em 2019. Já o transporte de mercadorias continua sem recuperar os níveis de actividade do pré-pandemia.

Os dados, ainda preliminares, foram publicados, nesta sexta-feira, pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), que dá conta de um um crescimento no transporte de passageiros por todas as vias em relação ao ano anterior. Já em comparação com 2019, há uma evolução positiva no transporte aéreo, fluvial e ferroviário, mas uma queda no metropolitano.

Ao todo, em 2023, foram movimentados 67,5 milhões de passageiros por via área, uma subida de quase 19% face a 2022 e de 12% em relação a 2019. Num ano em que o sector do turismo bateu recordes, todos os aeroportos nacionais registaram uma evolução positiva, com Lisboa a destacar-se e a concentrar a maioria dos movimentos.

Para este comportamento contribuiu, sobretudo, o tráfego internacional de passageiros, que cresceu perto de 20% no ano passado e abrangeu 81,5% do total de passageiros movimentados em 2023. O Reino Unido manteve-se como o principal país de origem e de destino dos voos, seguindo-se França, Espanha, Alemanha e Itália.

Já no transporte fluvial foram movimentados perto de 23,4 milhões de passageiros no ano passado, um aumento de 21,5% em relação a 2022 e de 2,6% face a 2019. O transporte de passageiros no rio Tejo, em particular a ligação Terreiro do Paço-Barreiro, figura como das rotas que mais contribuíram para esta evolução.

Na ferrovia, também se regista um crescimento, próximo de 17%, com os resultados preliminares a apontarem para um total superior a 200 milhões de passageiros transportados por este meio em 2023 (em relação a 2019, o crescimento é de cerca de 14%, embora ainda se verifique uma redução nos tráfegos interurbano e internacional em relação aos níveis pré-pandemia). A maioria dos passageiros circulou em tráfego suburbano, seguindo-se o interurbano e o internacional.

Por fim, o metropolitano é o único meio de transporte que ainda não recupera em relação a 2019. No ano passado, mais de 262,7 milhões de passageiros passaram pelos metropolitanos, um aumento de 20,5% em relação a 2022, mas havendo ainda uma queda de 2,7% face ao pré-pandemia. O Metro de Lisboa concentra a maioria dos passageiros deste tipo de meio de transporte, seguindo-se o Metro do Porto e o Metro Sul do Tejo. Estes dois últimos já apresentam crescimentos em relação a 2019, sendo apenas o de Lisboa que se mantém abaixo dos níveis pré-pandemia.

Considerando todos os meios de transporte analisados por INE, foram movimentados mais de 553,7 milhões de passageiros no ano passado.

O INE dá ainda conta de que, no caso do transporte de mercadorias, a tendência difere consoante o meio de transporte. Por via aérea, regista-se uma estabilização do transporte de mercadorias em 2023, com um crescimento de 0,1%, enquanto por via marítima há uma queda anual de 4,8%. Já o transporte ferroviário de mercadorias regista uma subida de 0,5% e o transporte rodoviário caiu 9,7%. O transporte aéreo de mercadorias é o único a registar já uma recuperação (de 5,9%) em relação a 2019.

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