Sondagem: AD continua seis pontos à frente do PS, mas esquerda ultrapassa direita (sem Chega)

O Chega desce um ponto percentual e a CDU sobe dois. A diferença entre AD e PS está claramente fora da margem de erro. Os indecisos baixam para 16%.

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A AD de Luís Montenegro está à frente na sondagem desta semana do Cesop Nelson Garrido
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A Aliança Democrática (AD) continua à frente do PS por seis pontos percentuais, embora ambos tenham subido um ponto percentual cada na sondagem desta semana, a última da actual campanha eleitoral, feita pelo Centro de Estudos e Sondagens de Opinião (Cesop) da Universidade Católica para o PÚBLICO, RTP e Antena 1.

Mas se, na semana passada, havia um empate entre esquerda e direita – cada um dos blocos dos partidos que podem garantir a governação tinha 39% –, agora a esquerda está ligeiramente à frente. Isto porque PS, Bloco de Esquerda, CDU (aliança PCP-PEV) e Livre juntos somam 41%, enquanto a AD (PSD/CDS-PP/PPM) e a Iniciativa Liberal somados têm 40%.

Fora destas contas estão o Chega e o PAN, uma vez que quer o líder da AD quer o presidente da IL têm excluído, de forma peremptória, qualquer acordo com o Chega, e o PAN tanto pode entender-se à esquerda como à direita. Já à esquerda, os líderes do PS, do PCP, do BE e do Livre têm assumido que podem vir a negociar acordos depois das eleições de domingo.

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No entanto, esta maioria assente nas intenções de voto não tem correspondência directa no exercício de distribuição de deputados feito pelo Cesop com base em critérios territoriais, segundo a qual a esquerda, mesmo no melhor cenário, não vai além de 96 parlamentares, abaixo do melhor cenário de mandatos da AD (98). Esta distribuição indica ainda que AD e IL registam, no melhor cenário, 108 deputados (mais dois do que há uma semana), pelo que continuam distantes do mínimo de 116 deputados que garante uma maioria absoluta, a qual só seria possível se, à direita, também fosse incluído o Chega.

A AD tem 34% das intenções de voto contra os 33% registados há uma semana, e o PS sobe de 27% para 28%. Mantém-se, assim, uma diferença de seis pontos.

Fora da margem de erro

O resultado apresentado nesta sondagem fica fora do empate técnico, já que a margem de erro é agora de 2%. O resultado mínimo estimado para a AD é de 32% e a percentagem máxima do PS é 30%. Quanto à eleição de deputados, a AD ficaria entre 88 e 98 mandatos, e o PS entre 70 e 80 parlamentares.

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Em terceiro lugar continua o Chega, com 16% das intenções de voto, menos um ponto percentual do que na semana passada e com uma possibilidade de eleição de entre 33 e 41 deputados.

Quem sobe é a CDU, que obtém agora 5%, mais dois pontos do que na última sondagem, com a possibilidade de conseguir entre quatro e seis lugares no hemiciclo.

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Com uma percentagem de intenções de voto idêntica à da semana passada está a IL, com 6%, e a possibilidade de eleger entre seis e dez parlamentares. Assim como o BE, que continua nos 5%, podendo garantir entre quatro e sete deputados.

A descer um ponto percentual surgem o Livre, que baixa de 4% para 3%, com hipótese de eleição de dois a três mandatos, e o PAN, que quebra de 2% para 1% e poderia não eleger nenhum deputado ou garantir um só mandato. A distribuição de deputados não inclui os quatro mandatos dos círculos da emigração.

A sondagem, que obteve 2405 inquéritos válidos e cujo trabalho de campo decorreu entre 28 de Fevereiro e 5 de Março, indica que 85% dos inquiridos responderam “de certeza vai votar”. Já a percentagem de indecisos desce, esta semana, de 20% para 16%. Há duas semanas era de 17%. Verifica-se assim uma flutuação na percentagem de inquiridos que ainda não decidiram em quem votar, sendo que na última sondagem do Cesop antes das legislativas de 2022 eram 13%.

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Em termos de intenções directas de voto, ou seja, sem distribuição de indecisos, a AD sobe de 25% para 27%, o PS de 20% para 22%, o Chega desce de 14% para 13%, a IL mantém 4%, o BE 3%, a CDU sobe de 2% para 3%, o Livre desce de 3% para 2% e o PAN mantém-se com 1%.

No que diz respeito à taxa de rejeição, esta é maior em relação à CDU, coligação relativamente à qual 72% dos inquiridos respondem ser "nada provável” votarem. Seguem-se o Chega (66%), o PAN (64%), o BE (63%), o Livre (61%), a IL (53%) o PS (43%) e a AD (34%).

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Entre os inquiridos que votaram PS, nas últimas legislativas, a maior taxa de rejeição é em relação ao Chega (79%). Seguem-se a CDU (69%), a IL (64%), o PAN (61%), o Livre (59%), o Bloco (53%), a AD (49%) e, por fim, o PS, uma vez que 12% dos inquiridos respondem ser “nada provável” voltarem a votar nos socialistas.

Já entre os inquiridos que há dois anos votaram PSD ou CDS, a força política com maior taxa de rejeição é a CDU, com 90% dos inquiridos a dizerem que é “nada provável” votarem nesta coligação. A seguir surge o BE (84%), o PAN (80%), o Livre (77%), o PS (74%), o Chega (66%) e a IL (45%). Entre os inquiridos que votaram PSD ou CDS, em 2022, apenas 5% dizem ser “nada provável” votar agora na AD.

Chega e CDU fidelizam mais

A AD mostra maior capacidade para fidelizar os eleitores que nas últimas legislativas votaram PSD ou CDS do que o PS para manter os votos de quem há dois anos escolheu os socialistas. Dos inquiridos nesta sondagem que dizem ter votado no PSD em 2022, 74% assumem agora a intenção de colocar a cruz na AD (73% dos que votaram CDS também dizem agora optar pela AD). Há ainda 38% que pretendem votar na AD no próximo domingo e que em 2022 votaram na IL, 10% no PS e 7% no Chega.

Já o PS assegura apenas 53% dos entrevistados que nas últimas legislativas contribuíram para a maioria absoluta socialista. De resto, 11% dos que há dois anos assumem ter votado no Bloco, 5% no PAN, 3% na CDU e 2% no PSD dizem agora votar nos socialistas.

No entanto, o Chega e a CDU são as forças políticas que maior capacidade demonstram para manter o respectivo eleitorado de 2022. Dos inquiridos que pretendem votar no Chega, 86% votaram no partido há dois anos, e dos que querem votar CDU, 77% votaram na coligação PCP-PEV nas anteriores legislativas.

O Chega é mesmo o único partido que nas intenções de voto para domingo tem entrevistados que em 2022 votaram em todos os outros partidos considerados neste estudo (as forças parlamentares e o CDS): 19% que votaram CDS, 9% PAN, 8% PSD, 7% PS, 6% IL, 4% Livre, 2% Bloco e 1% CDU.

Indecisos mais inclinados para o PS

Entre os entrevistados pelo Cesop que pretendem participar nas eleições de domingo, mas que ainda não definiram o sentido de voto – isto é, os indecisos –, 48% antecipam como “provável” (40%) ou “muito provável” (8%) acabarem por votar no PS.

A seguir aos socialistas, os indecisos inclinam-se mais para votar na AD: são 32% os que dizem ser “provável” e 11% “muito provável” votarem na coligação PSD-CDS-PPM. Seguem-se a IL (28% consideram “provável” ou “muito provável”) e o BE (23% dizem ser “provável” ou “muito provável”) na ordem de preferência dos indecisos. No pólo oposto está a CDU, com apenas 10% dos indecisos a admitirem a possibilidade de votarem na coligação liderada por Paulo Raimundo.

Neste estudo do Cesop, 603 inquiridos disseram que votariam AD no dia em que foram entrevistados, porém, 32% assumem ser “provável” ou “muito provável” acabarem por votar na IL, 14% ser “provável” ou “muito provável” votarem no Chega e 9% ser “provável” ou “muito provável” votarem no PS.

Já dos 519 que assumiram que escolheriam o PS no dia em que foram contactados pelo Cesop, 17% admitem como “provável” ou “muito provável” acabarem por votar no Bloco, 16% no Livre, 15% no PAN, 11% na AD e 10% na CDU. E entre os 322 que disseram que votariam no Chega, 21% admitem ser “provável” ou “muito provável” votarem AD, 20% na IL, 9% no PS e 8% no PAN.

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