Schmidt prepara mea culpa na Luz, com grande noite na Liga Europa

Treinador alemão quer que o Benfica dê, em campo, resposta ao 5-0 do Dragão... para reconfortar adeptos e travar ondas de choque.

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Roger Schmidt quer resposta em campo, frente ao Rangers EPA/RUI MINDERICO
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O Benfica recebe esta noite (20h, SIC) o Rangers, vice-campeão escocês e actual líder do campeonato, com uma missão clara nos oitavos-de-final da Liga Europa: fazer um grande jogo para atenuar os efeitos da goleada sofrida no Dragão e, assim, evitar pedidos de desculpas enquanto a resposta não for dada em campo.

Esta é a perspectiva do treinador Roger Schmidt, que tenta, de alguma forma, “rectificar” e justificar as próprias declarações no final do jogo com o FC Porto, num clássico penoso que o alemão não antecipou e que garante não ter sido “propositado”.

Entre a contestação crescente na Luz e as “referências” dos media germânicos enquanto possível sucessor de Thomas Tuchel no comando técnico do Bayern Munique, já em 2024-25, Schmidt procura reduzir o ruído e motivar os jogadores para o jogo com os protestantes de Glasgow, equipa na qual actua o avançado português Fábio Silva, um antigo “dragão” com breve passagem pelos escalões de formação os “encarnados”.

Benfica e Rangers encontram-se pela segunda vez na história, tendo chegado aos “oitavos” da Liga Europa por vias distintas: as “águias” baixaram um patamar após um terceiro lugar na fase de grupos da Champions e o triunfo no play-off sobre o Toulouse; os escoceses — finalistas da edição de 2021-22 da segunda maior prova de clubes da UEFA — venceram o respectivo grupo, onde só perderam um encontro, com o Aris Limassol, em Chipre, resultado compensado com dois triunfos determinantes sobre o Betis.

Relação de Eusébio evocada

Agora, depois dos empates (3-3 e 2-2) de 2020-21 com o Benfica de Jorge Jesus, na última passagem dos “encarnados” pela Liga Europa, os emblemas de Eusébio e Willie Henderson — duas lendas do futebol mundial que mantiveram uma longa amizade nascida num “amigável” em 1964, na Dinamarca, quando ambos integraram uma “equipa do resto do mundo”, como evocou a BBC — terão que “desempatar” este registo para poderem chegar aos quartos-de-final.

Para o Benfica, que há três anos precisou de recuperar por duas vezes de uma desvantagem de dois golos, o momento, depois da derrota da Taça de Portugal, com o Sporting (2-1), e da goleada do Dragão (5-0), pode não ser o mais propício. Algo que os escoceses não deixarão de invocar, mesmo que o técnico belga Philippe Clement recomende contenção, explicada pela “qualidade do oponente”, que deverá obrigar o Rangers a adoptar um jogo de maior expectativa. Nem que, para isso, tenha de ajustar o sistema ou adaptar jogadores a novas funções, sem se expor demasiado de forma a conseguir um resultado que possa converter em apuramento no embate da segunda mão, em Glasgow.

Já Roger Schmidt, responsável técnico do Benfica, reitera a importância de ir além do tal simples pedido de desculpas. Para mitigar a dor e atenuar as ondas de choque “é preciso agir, em campo” de forma a restaurar a alegria, pelo que se impõe uma resposta musculada frente a um Rangers que surpreendeu o Bétis de Sevilha. De preferência “com um grande jogo” na noite da Luz. E, se não for pedir demasiado, com um resultado seguro, que garanta margem suficiente para a viagem à Escócia, onde o Benfica terá de lidar com a pressão do Ibrox.

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