Um dia após o funeral, russos continuam a deixar flores na campa de Navalny
Chefe da diplomacia portuguesa considerou este sábado “impressionante” o número de pessoas que “desafiaram a ditadura de Putin” e assistiram ao funeral.
Centenas de russos continuam este sábado a dirigir-se ao cemitério de Boriskovskoie, no Sudeste de Moscovo, para depositar flores na campa de Alexei Navalny, um dos principais rostos da oposição ao regime de Vladimir Putin, enterrado na sexta-feira.
Desde que Navalny foi sepultado, duas semanas após ter morrido numa prisão do Árctico, os seus apoiantes têm-se deslocado à campa do opositor russo com ramos de flores vermelhas e brancas, sobretudo cravos e rosas.
No local, a polícia mantém em operação um detector de metais e revista cuidadosamente todos os visitantes.
Segundo testemunhos locais recolhidos pela agência espanhola Efe, a presença policial é este sábado menor do que na sexta-feira. "As pessoas podem entrar sem grandes obstáculos. O ambiente é muito calmo", disseram.
A organização OVD-Info, grupo independente que monitoriza os protestos na Rússia e apoia presos políticos, informou este sábado que nas últimas 24 horas pelo menos 91 pessoas foram detidas em 19 cidades russas em cerimónias de homenagem ao líder da oposição.
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Embora o funeral de Navalny tenha decorrido em Moscovo, o maior número de detenções ocorreu nas cidades siberianas de Novosibirsk e Omsk, onde 35 pessoas foram levadas para instalações policiais. Na capital russa foram detidas 14 pessoas, enquanto na capital dos Urais, Yekaterimburgo, considerada a cidade mais liberal do país, o mesmo ocorreu com cerca de uma dezena de pessoas.
As cerimónias fúnebres em Moscovo decorreram sem incidentes, tanto na igreja de Marino, local do velório, como no cemitério de Boriskovskoie, onde milhares se reuniram para homenagear Navalny, apesar dos avisos das autoridades sobre manifestações ilegais.
Cravinho impressionado com número de russos que "desafiaram ditadura de Putin"
O ministro português dos Negócios Estrangeiros, João Gomes Cravinho, considerou este sábado impressionante o número de pessoas que "desafiaram a ditadura de Putin" e assistiram na sexta-feira ao funeral de Alexei Navalny.
"Foi impressionante o número de cidadãos russos que desafiaram a ditadura de Putin e marcaram presença no enterro de Alexei Navalny. A embaixadora de Portugal esteve presente, juntamente com quase todos os embaixadores europeus", escreveu Gomes Cravinho, na rede social X (antigo Twitter).
Foi impressionante o número de cidadãos russos que desafiaram a ditadura de Putin e marcaram presença no enterro de Alexei Navalny. A embaixadora de Portugal esteve presente, juntamente com quase todos os embaixadores europeus. https://t.co/7hnNLHiNNu
— João Cravinho (@JoaoCravinho) March 2, 2024
O ministro partilhou também a publicação da embaixada de Portugal em Moscovo, que anunciava que a diplomata Madalena Fischer esteve com "os embaixadores de países da União Europeia e milhares de cidadãos russos que ontem depositaram flores na campa de Alexei Navalny, numa derradeira homenagem à memória do político russo”.
A publicação é acompanhada por uma fotografia da campa de Navalny, com a imagem do opositor, falecido no dia 16 de Fevereiro, e uma cruz, coberta de flores.